É
verdade que O PLANETA DOS MACACOS
(Planet of the Apes), de 1968, revolucionou não somente a Ficção Científica
como também a própria história do cinema. Não foi por menos: além da saga que
levou muitos aficionados do gênero às salas de projeção em todo mundo, também
originou mais quatro longas metragens, uma série de TV live action, uma série em desenhos animados, Histórias em
Quadrinhos, um Remake não bem
sucedido dirigido por Tim Burton em 2001, e uma franquia recente que tem feito
sucesso e que resgatou esta fantástica saga, que começou com Planeta dos Macacos, a Origem (2011) e
teve continuidade com Planeta dos
Macacos- O Confronto (2014). O terceiro (e final) episódio será lançado em
julho de 2016. Faremos uma retrospectiva dos primeiros cinco filmes da série
original e abordaremos as versões mais recentes, além de outras curiosidades,
onde o editor, além de outras fontes de pesquisa, se utilizou de artigo do
jornalista e escritor SAULO ADAMI, da
saudosa revista Cinemim, para compor
este tópico.
Paulo
Telles.
O PLANETA DOS MACACOS-COMO TUDO COMEÇOU.
LIVRO, ROTEIRO, E FILME
Richard Darryl Zanuck (1934-2012), filho do lendário chefe da 20ª
Century Fox Darryl Zanuck (1902-1979), foi o único produtor executivo de
Hollywood a acreditar no projeto de Arthur Jacobs (1922-1973) de levar ao
cinema o romance do francês Pierre Boulle (1912-1994) La Planete des Singes. O livro foi um estrondoso sucesso de
vendas, inclusive nos Estados Unidos, mas os produtores de diversos estúdios pareciam
não ter nenhum interesse de filmar uma história que pudesse ser na visão deles
tão “pessimista”, visto que a trama trata do holocausto da Humanidade.
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PIERRE BOULLE |
Contudo, levar um filme baseado em uma obra literária não é fácil, já
que literatura e cinema são duas expressões artísticas bastante diferentes. A
primeira lida com as linhas e a palavra escrita a partir da imaginação do
leitor. Já o cinema manipula com imagens em movimento. Logo, o primeiro desafio
de um roteirista ou argumentista é de adaptar corretamente um trabalho
literário para o cinema e conseguir transformar em um bom filme, tão bom ou
melhor que o livro, mas isso não é uma tarefa fácil. Geralmente, os adeptos da
leitura tendem a dizer que “gostam mais do livro” ou que “o livro é melhor do
que o filme”, e isso se torna uma das piores frases que um cineasta pode ouvir,
e nada é mais frustrante para quem se dedica a dirigir ou produzir uma obra
cinematográfica baseada em uma obra literária.
Primeiramente, o roteiro apresentava os astronautas chegando aos
arredores de uma grande cidade, com todos os aspectos de Nova Iorque. Edifícios
grandiosos, carros, supermercados, ruas, avenidas, casas de família, tudo
igual. O que diferenciava é que os habitantes seriam não seres humanos, mas
macacos, e os seres humanos não passariam de animais de estimação, escravos ou
cobaias.
No livro de Pierre Boulle, a história começa casualmente, quando dois
tripulantes de uma nave encontram uma garrafa vagando pelo espaço, e dentro
desta, havia uma mensagem. Era a história de um astronauta chamado Ulysse Merou
(uma alusão a Ulisses) do século XXVI. Ulysse conta todos os momentos de
desespero a partir do dia em que aterrissou num estranho planeta governado por
símios inteligentes, onde o homem não passava de uma fera. Toda estrutura deste
planeta era a mesma da Terra, com apenas uma angustiante diferença de que os
homens eram escravos e zumbis de gorilas, chimpanzés, e orangotangos.
Depois de passar por várias dificuldades, Ulysse Merou encontra um
pouco de paz ao conhecer Zira e Cornelius, dois simpáticos
chimpanzés-cientistas. Através de pesquisas arqueológicas e antropológicas, os
três descobrem que o planeta era governado primeiramente pelos homens, e estes
mesmos criaram o seu próprio fim.
De acordo com o romance original, Ulysse é uma ameaça para os macacos.
Em vista disso, ele resolve fugir na sua nave espacial com sua nova companheira.
Com gritos de alegria, Ulysse volta a Terra e, principalmente, a sua amada
Paris. Enquanto vibra de felicidade e chora emocionado, sua companheira Nova
grita de pavor, pois ela acabara de ver um carro dirigido por um chimpanzé.
Ulysse foge. A garrafa é o seu último e dramático pedido de socorro. Os dois astronautas acabavam de ler esta mensagem, e sorriem um para o
outro, e um deles diz: “Isso só pode ser
uma piada. Não existem homens inteligentes”. Assim termina o livro de
Boulle.
No filme, Ulysse vira o capitão George Taylor (Charlton Heston),
astronauta, um homem individualista e cínico, que não acreditava em nada a não
ser nele mesmo. Mas, com o decorrer das atribulações, ele vê o quanto pode ser
vulnerável e choca-se ao encontrar o Planeta
dos Macacos e descobrir que foi a sua própria raça humana que destruiu o
planeta.
Um dos únicos paralelos entre o filme e o livro é a parte que toca os
símios. No livro, Boulle conseguiu através da narração projetar uma intensa
carga de humanismo nos macacos, fazendo assim que o leitor esquecesse a real
situação. No filme, através da maquiagem, o espectador esquece de que são
atores interpretando macacos, devido também a excelente atuação deles,
principalmente de Roddy McDowall, Kim Hunter e Maurice Evans.
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ROD SERLING |
Rod Serling (1924-1975), o criador e anfitrião da série clássica de TV Além da Imaginação, foi escalado para
redigir o roteiro, mas para isso, ele entrou em contato com uma equipe que se
dedicava à produção de filmes com elefantes indianos, e foi esquematizando cena
por cena o seu script. Entretanto, a tal equipe depois rejeitou em
ajudar Serling devido à “população de macacos que teria de aparecer”. Blake Edwards (1922-2010) entrou em contato com Serling e se propôs a
dirigir e produzir o filme. Mas o
roteiro foi ficando muito extenso e certamente o custo não seria inferior a 100
milhões de dólares, e isto sem contar que uma “população de macacos” exigiria
de atores e figurantes a se vestirem como tais, além da “cidade dos macacos”,
que teria de ser edificada e o custo também não seriam dos mais baratos.
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ARTHUR P. JACOBS |
Arthur P. Jacobs se uniu a Serling e percorreu diversos estúdios de
Hollywood e fora dela, em outros países, para buscar apoio, mas ambos
fracassaram na empreitada. Jacobs sugeriu que reescrevesse o roteiro, onde se
pudesse pensar numa sociedade “metade primitiva, metade civilizada”. Desta vez,
funcionou.
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MICHAEL WILSON |
Segundo Serling, a adaptação que ele fez foi livre do romance original.
Jacobs e Serling mantiveram contato durante certo período, mas depois o roteiro
foi passado para Michael Wilson (1914-1978), que por sua vez mudou a
ambientação (de uma cidade do século XX para uma cidade troglodita) e retirou todo o diálogo de Serling e fez o seu
próprio. Wilson fez com que seu script fosse
uma “sátira da raça humana”, e de suas atitudes na sociedade. Para Wilson, O Planeta dos Macacos não era uma
Ficção Científica, pois “quem ri do macaco, está rindo do seu próprio modo de
ser”.
No caso de O Planeta dos Macacos
de 1968, um grande número de pessoas saiu impressionada das salas de
projeção. Houve quem discutisse sobre se o filme superava o livro, mas em
grande parte, chegavam à conclusão que o livro era melhor, e nada seria
realmente mais natural, pois o romance atinge o leitor de modo mais pessoal,
sugerindo a ele ao invés de dramaticidade, formar seu próprio universo. No
filme, as imagens estão na tela, em movimento, com largura e comprimento, mas
sem profundidade. As imagens não podem ser modificadas conforme o desejo do
espectador. O cinema é lindo e emocionante, alegre e dramático, mas não é
orgânico.
Além do roteiro brilhante de Wilson, a grande diferença entre os dois
trabalhos é de que o livro tratava tanto de Ficção Científica quanto de
fantasia, e o filme é, ao mesmo tempo, Sci
Fi e uma trama de aventuras.
OS PRIMEIROS TESTES DE CENA E MAQUIAGEM
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CHARLTON HESTON CUMPRIMENTANDO EDWARD G. ROBINSON DURANTE OS PREPAROS DA PRODUÇÃO. |
Os primeiros trabalhos exigiam que fossem feitos testes de cena. O
primeiro apontado para um dos papéis principais foi Edward G. Robinson
(1893-1973) no papel do Dr. Zaius, e Charlton Heston como o astronauta George
Taylor. Numa questão de meses, se desenvolveu todo o processo de maquiagem dos
macacos, criando um guarda-roupa e edificando a “cidade dos macacos”, num
terreno da 20ªCentury Fox.
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JOHN CHAMBERS |
John Chambers (1922-2001) foi o responsável pelo processo de maquiagem
dos atores para se caracterizarem de macacos, e convenhamos, foi um processo
revolucionário, pois nunca antes o cinema havia avançado no setor dos Make-up.
Esta novidade e avanço rendeu a Chambers, merecidamente, um Oscar honorário
pelo desenvolvimento do design da maquiagem, mas ao mesmo tempo, dor de cabeça
para os atores que tinham que se vestir como símios. Precisavam em média de 5
horas para a aplicação e três para a retirada das máscaras, aplicada em etapas
diferentes: cabelos, focinho, queixo, e orelhas. Quando a produção do primeiro
filme já estava bem adiantada, era possível encontrar desenhos de maquiagens
prontos, como a dos chipanzés, gorilas, e orangotangos. Com o tempo, a
aplicação foi evoluindo, e tudo podia ser feito em 3 horas e meia.
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KIM HUNTER |
A maquiagem mais flexível era a de Kim Hunter (1922-2002), que exigia
um tratamento adicional, ficando o mais delgada possível para não atrapalhar os
movimentos. Depois veio a maquiagem de Roddy McDowall (1928-1998). Edward G.
Robinson se retirou do cast pois não
se adaptou a maquiagem e passou mal, e em seu lugar entrou Maurice Evans
(1901-1989), que não diferentemente, esbarrou com dificuldade em relação aos
lábios superiores de seu personagem, o Dr. Zaius. Todo o seu diálogo foi
dublado em estúdio.
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RODDY McDOWALL |
Roddy McDowall costumava dizer que trabalhar em Planet of the Apes foi um
“sacrilégio tanto físico quanto mental”. E ainda dizia mais: “Tenho que me conscientizar de que sou um
macaco e, como tal, andar arrastando os pés, meio curvado. A maquiagem é
pesada, incômoda, e impede que os movimentos faciais sejam feitos com
naturalidade, exigindo um esforço maior de minha parte. Para que o resto do meu
corpo fique parecido com a de um macaco, no meu caso um chipanzé, tinha que
vestir uma pesada espécie de macacão. Agora. Imaginem vocês o calor que eu
tinha que suportar embaixo de toda aquela indumentária? E ainda, tomar sucos de
canudinho?” – disse Roddy depois das filmagens. O ator chegou a perder
quatro quilos em apenas uma semana, e o filme fora rodado em parte no verão
americano.
O maquiador John Chambers disse a respeito de todo o processo de
maquiagem: “Tínhamos três turmas que
trabalhavam na maquiagem em tempo corrido, revezando-se, e trabalhando com a
borracha, porque borracha não é como uma operação de máquina de perfurar, onde
você tem tudo perfurado em sequências. Tudo é feito por sensibilidade artística”.
O trabalho de Chambers rendeu a ele
uma citação do Guinness Film, que é o
livro de recordes do cinema: o maior orçamento já destinado para um trabalho de
maquiagem cinematográfica – Um Milhão de
Dólares, isto é, 17% do custo total da produção, onde reuniu 78
profissionais de maquiagem.
A CIDADE DOS MACACOS- CENÁRIOS E LOCAÇÕES.
Surgiu um problema para a produção. Para filmar uma cidade, seria
necessário fazer filmagem de locação. Logo, daria bastante trabalho da equipe
de produção afastar curiosos ou então proteger os menos avisados que levariam
um tremendo susto ao ver símios andando pelas ruas.
Para solucionar estes pequenos e até hilários problemas, teriam que
filmar nas primeiras horas da manhã e ainda preparar um grande aparato para
afastar pessoas estranhas ou impedir que alguns moradores aparecessem nas filmagens.
Com a finalidade de fazer uma cidade, estaria fora de cogitação fazer
uma cidade qualquer, logo foi começado a surgir ideias. Em vez de modernas
construções, os arquitetos da Fox resolveram pensar como macacos, e deste
soberbo esforço de imaginação, surgiu A
Cidade dos Macacos, e todos os edifícios, desde construções particulares
até importantes museus do governo e centros científicos foram moldados em uma
maquete para a apreciação dos produtores. A cidade parecia mais uma montanha
rochosa escavada pela erosão. E isso tudo construído num terreno da 20th
Century-Fox. Para ter uma ideia da enorme importância da Cidade dos Macacos, o pessoal de Hollywood o alcunhou como Century City (a cidade do século), pois nunca um cenário para um filme
fora construído com grande trabalho e proporção ao longo de toda a história da
Sétima Arte.
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OS ASTROS PRINCIPAIS E A EQUIPE TÉCNICA PARANDO AS FILMAGENS PARA UMA FOTO. |
As cenas externas, como o deserto do leste, a Zona Proibida (que foi a
caverna descoberta pelo arqueólogo Cornelius), foram rodadas na região
desértica de Utah, no Arizona (cenário considerado a “Terra de John Ford”, onde
o cineasta realizou seus westerns obras primas da Sétima Arte, como No Tempo das Diligências e Rastros de Ódio).
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DIVULGAÇÃO DE "O PLANETA DOS MACACOS" DURANTE SEU LANÇAMENTO NO BRASIL, EM 1968. CORTESIA DE SAULO ADAMI. |
OS FILMES CINEMATOGRÁFICOS
1-O PLANETA DOS MACACOS/
Planet of the Apes (1968)
Dirigido com todo vigor pelo
cineasta de Patton e Papillon, Franklin J. Schaffner
(1920-1989), o filme inaugural da série clássica é uma espécie de “Viagem de
Gulliver”, repleta de alusões, ironias políticas, e blasfêmias. O Coronel
astronauta George Taylor (Charlton Heston) passa do mais alto avanço
tecnológico à situação de homem das cavernas ao viajar a dois anos na
velocidade da luz e descobrir um mundo dominado por símios, no qual os últimos
remanescentes da raça humana são mantidos enjaulados ou empalhados em museus
arqueológicos.
Com sardônico humor, o filme
imagina uma reviravolta ao evolucionismo, misturando Darwin e Jonathan Swift (autor
de “As Viagens de Gulliver”), para
provar que, por culpa da insensatez e ganância humana, chimpanzés, gorilas, e
orangotangos, herdarão o reino da Terra.
Taylor é um homem
individualista, frio e calculista. Ele deixou a Terra em 1972 para explorar o
futuro. Avançando no futuro. Sua nave aterrissa num lugar muito parecido com a
Terra, mas vê que o transporte é tragado pelas águas de um rio, levando o corpo
de Stewart (Dianne Stanley), única mulher da tripulação morta durante a viagem
devido a um escapamento de gás.
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"TIRE SUAS PATAS DE CIMA DE MIM SEU MACACO SUJO" |
Taylor e seus colegas
astronautas Landon (Robert Gunner, 1931-2001), e Dodge (Jeff Burton, 1925-1988)
encontram humanos selvagens, e logo se envolvem numa caçada de gorilas. Taylor
é ferido e levado à cidade dos macacos com
um tiro na garganta, que o faz perder a fala. Zira (Kim Hunter) percebe se
tratar de um caso excepcional da espécie humana e apresenta Taylor ao
arqueólogo Cornelius (Roddy McDowall) que busca descobrir a verdade sobre as
origens da civilização Símia.
Taylor recupera a voz e se
torna uma ameaça aos macacos, principalmente ao Dr. Zaius (Maurce Evans), um
magistrado que já havia descoberto a origem da civilização símia, e que a raça
humana era outrora dominante. Zaius fazia de tudo para ocultar este segredo dos
símios.
Zira e Cornelius se tornam
renegados quando resolvem libertar o Coronel Taylor e sua companheira (ou fêmea
na concepção dos macacos), a muda Nova (Linda Harrison), e todos se dirigem a
Zona Proibida, onde Cornelius mostra a Taylor os achados. Ao analisar cada
peça, o astronauta concluiu que, antes dos macacos, os seres humanos dominavam
o planeta.
Zaius aparece por lá, mas é
rendido por Taylor, que exige a liberdade para si e para Nova, além de cavalos,
arma, munição, e provisões.
É antológica a cena
final. Na orla marítima, Taylor se depara com a Estátua da Liberdade, soterrada
na areia. O astronauta cai de joelhos, chora de raiva e soca na areia,
observada por Nova, espantada, que não entende aquele gesto. Taylor acabava de descobrir que não estava em
outro planeta, mas sim na própria terra, em sua própria casa, a dois mil anos
no futuro.
O primeiro filme é um
espetáculo inteligente, rico em reflexões éticas, e também atraente como cinema
de aventuras. Destaque para o “selinho” de despedida do Coronel Taylor na Drª
Zira, motivando um pouco o ciúme do macaco Cornelius. Música de Jerry Goldsmith
(1929-2004).
2- DE VOLTA AO PLANETA DOS
MACACOS/
Beneath
the Planet of the Apes (1970)
Continuação de O Planeta dos Macacos de 1967, repetindo
nos papéis Heston como George Taylor, Linda Harrison como sua companheira
Nova, Maurice Evans como o Dr. Zaius, e Kim Hunter como Zira. O arqueólogo
Cornelius aqui desta vez é interpretado por David Watson, já que Roddy McDowall
estava às voltas com sua estreia na direção de um filme na Inglaterra.
Depois de se perder na Zona
Proibida em companhia de Nova (Harrison), o astronauta Taylor (Heston) é
seguido por um colega, Brent (James Franciscus, 1934-1991), enviado para apurar
seu paradeiro.
Descobrem a existência de
mutantes nos subterrâneos de que outrora foi o metrô de Nova Iorque. Os macacos
que dominam a superfície do planeta investem sobre os homens-toupeiras, os
quais além de poderes telepáticos, ainda prestam culto a uma apocalíptica Bomba
Atômica.
A exemplo do filme anterior,
foi também criada várias versões para o roteiro desta sequência. O primeiro a
se cogitar foi escrito por Rod Serling, passando por Pierre Boulle, até chegar
a Paul Dehn (1912-1976). Entre os não creditados no script, estão Serling (pelas primeiras ideias, algumas
aproveitadas), Boulle (que involuntariamente deu a Arthur P. Jacobs o ponto de
partida para o terceiro filme), o diretor Ted Post (1918-2013) que dirigiu esta
sequência, e o ator James Franciscus, que interpreta aqui o personagem Brent,
que escreveu uma versão própria em cima da hora, enviando para Mort Abrahams
(1916-2009) e Jacobs, mas em vez de ajudar, os fez enfurecer.
Finalmente, cerca de 56 das
suas 60 páginas foram aproveitadas por Abrahams e Paul Dehn, que assinaram o
roteiro e cujos nomes aparecem nos créditos deste filme.
3- FUGA DO PLANETA DOS MACACOS/
Escape
from the Planet of the Apes (1971)
Dirigido por Don Taylor
(1920-1998), teve o título inicial de Secret
of Planet of the Apes (Segredo do
Planeta dos Macacos), mas alterado e lançado como Fuga do Planeta dos Macacos –
Escape from the Planet of the Apes,
foi criado a trama de uma fuga de Zira (Kim Hunter novamente repetindo o
papel), Cornelius (Rody McDowall, de volta) e Milo (Sal Mineo, 1939-1976),
depois da explosão da Zona Proibida, onde morreram o Coronel Taylor, Brent, e Nova,
durante um último confronto com os macacos, que ocorreu na Zona Proibida. Milo
resgatou a nave de Taylor, estudou-a e a recuperou, fugindo com os amigos
cientistas antes da destruição da Terra pela bomba dos mutantes.
Vindo a parar em Los Angeles
de 1973, os três símios descobrem que suas raças são de meras atrações para os
humanos, até se tornarem ameaças para o futuro da raça humana. Nem mesmo a
proteção de dois esclarecidos psiquiatras de animais, Lewis Dixon (Bradford
Dillman) e Stefanie Branton (Natalie Trundy) os livrará de ameaças e perigos de
morte. Milo já havia morrido num acidente de laboratório. Zira e Cornelius
haviam viajado no tempo para advertir a Humanidade sobre os riscos da
destruição nuclear.
Armando (Ricardo
Montalban,1920-2009) dono de um circo, fez o parto de Zira, que dá a luz a um
macho, a quem batizam de Milo. Os filhotes de Zira e da macaca Heloise são
trocados, e o falso filhote de Zira morre com ela e Cornelius, numa sequência
considerada uma das mais emocionantes da série. Numa jaula do circo de Armando,
o filhote dos macacos inteligentes, pronuncia sua primeira palavra: “mamãe”.
Para este terceiro filme, o
compositor Jerry Goldsmith fez uma paródia á sua própria trilha sonora de 1968.
Rodaram-se cenas externas pelo centro e arredores de Los Angeles, e desta vez,
a equipe de maquiadores (sob o comando de John Chambers) estava mais a vontade:
apenas quatro atores para maquiar como macacos.
4-A CONQUISTA DO PLANETA DOS
MACACOS
Conquest of the Planet of the
Apes (1972)
O quarto filme, dirigido por
J. Lee Thompson (1914-2002) foi lançado para mostrar A ORIGEM do Planeta dos Macacos. Quase vinte anos depois da morte
de Zira e Cornelius, em 1991, um vírus espacial mata todos os cães e gatos do
planeta Terra, e os homens passam a adotar macacos como animais de estimação,
chegando a utiliza-los para pequenos serviços em regime de escravidão.
A polícia os adestra a força.
Armando (repetindo novamente Ricardo Montalban, do filme anterior) esconde seu
inteligente chimpanzé, César (Roddy McDowall), filho de Zira e Cornelius.
Quando as autoridades desconfiam, César finge ser um macaco normal e é levado
para a sala de condicionamento e acaba por ser arrematado em leilão pelo
tirânico governador Breck (Don Murray), passando a trabalhar no centro de
comunicações.
Enquanto Armando é interrogado
e morre ao tentar fugir, César organiza uma guerrilha com os macacos
solidários, preparando assim o terreno para o futuro mundo dos símios.
Contratou-se uma nova multidão
de figurantes, que desfilava pelos bastidores com o rosto marcado pela
maquiagem, além de exigir contratar novos maquiadores. Destaque para a marcante
trilha sonora de Tom Scott.
5- A
BATALHA NO PLANETA DOS MACACOS
Battle
for the Planet of The Apes (1973)
O quinto e último filme da
série clássica, também dirigida por J. Lee Thompson, exigiu a construção de uma
nova “cidade dos macacos”. Foram construídas três ou quatro casas no alto de árvores
num terreno da Fox, além de uma escola e um lugar para reuniões. A bomba
atômica voltou à cena, em poder dos homens de Breck, remanescente da revolta
dos macacos em 1991, que foi tema do quarto filme.
Doze anos após o início do
reinado de César (Roddy McDowall), foi constituída uma sociedade rural pacífica
de macacos, em que a mais valiosa lei é "macaco jamais matará
macaco". Eles vivem em paz com alguns humanos sobreviventes da Guerra
Nuclear que devastou a sua sociedade.
Porém, o general Aldo (Claude Akins,
1926-1994), líder dos gorilas, acha que os macacos devem ter armas para matarem
os humanos. E conspira com os outros da espécie para que César não continue no
poder. Ele acaba matando o filho de César, Cornelius (Bobby Porter).
Descobrindo o verdadeiro
assassino do filho, César luta com Aldo no alto das árvores, culminando com a
morte do líder dos gorilas. A fita termina com macacos e seres humanos vivendo
em paz. Destaque para a participação do cineasta John Huston (1906-1987) numa
ponta como um macaco legislado.
PLANETA DOS MACACOS NA TV – SERIADO E ANIMAÇÃO
Em 1974, Stan Hough (1918-1990) encomendou a Anthony Wilson e a criação
de um seriado televisivo tendo por base os filmes O Planeta dos Macacos, de 1968, e De Volta ao Planeta dos Macacos, de 1970. A série de TV se chamou Planeta dos Macacos e teve 14 episódios
estrelados por Roddy McDowall interpretando o chimpanzé renegado Galen,
companheiro de aventuras dos astronautas humanos do século XX, Alan Virdon (Ron
Harper, escolhido de uma lista de 50 atores inscritos, por sua semelhança com o
ator Charlton Heston, astro do primeiro filme do cinema) e Peter “Pete” J.
Burke (James Naughton).
Na série de TV, o poder símio estava representado pelo orangotango
conselheiro Zaius (Booth Colman) e o chefe de segurança, o general gorila Urko
(Mark Lenard, 1924-1996). Como a “cidade dos macacos” já existia, foram criados
apenas para a série alguns vilarejos e novas aldeias para os macacos.
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DIVULGAÇÃO DE UM JORNAL DA ESTRÉIA DA SÉRIE DE TV NO BRASIL |
A diferença dos dois primeiros filmes da antiga franquia com o seriado
televisivo consistia no fato de que, na série de TV, os seres humanos podiam
falar. Isto não agradou, pois embora a série tivesse tido um relativo sucesso (aqui
no Brasil, a série estreou pela Rede Globo em 1975, nas noites de segunda), os
fãs mais exaltados dos primeiros cinco filmes para o cinema não gostaram dessa
mudança.
Logo, a série não passou de 14 episódios, mesmo tendo o brilhante e
veterano Roddy McDowall a frente da produção, encantando com seu personagem
Galen. A série teve participação de grandes nomes em alguns episódios, como
William Smith, Norman Burton, Royal Dano, John Ireland, Sondra Locke (então
mulher de Clint Eastwood), David Sheiner, Jay Robinson, Richard Devon, Joanna
Barnes, Beverly Garland e Anne Seymour. Destaque também para a trilha de Lalo
Schifrin.
Em 1975, surgiu o desenho animado De
Volta ao Planeta dos Macacos. Ao mesmo tempo em que existem fãs da série
que o prestigiam, já outros não se empolgam. O desenho foi um fiasco de
proporções absurdas, pois só serviu para confundir o espectador. Misturaram-se
os personagens do cinema e da TV, e a criatividade beirou ao ridículo, e a
grande maioria dos fãs se decepcionaram.
O REMAKE DE 2001, DE TIM BURTON
A A Intenção em refilmar O Planeta dos macacos pela 20ª Century Fox vem desde 1993, quando primeiro nome cogitado para assumir a direção foi de Oliver Stone. Depois, o ator Arnold Schwarzenegger mostrou interesse em interpretar o personagem que foi de Charlton Heston no filme original, o que fez com que Stone desistisse do projeto. Schawrzenneger chegou a aprovar a escolha de Phillip Noyce para a direção, mas este esteve as voltas para dirigir O Santo.
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CHARLTON HESTON E TIM BURTON DURANTE AS FILMAGENS |
Logo depois, a Fox contratou Chris Columbus e Sam Hamm para reescrever
o roteiro do filme, havendo ainda boatos de que James Cameron assumiria a
direção. Apenas em 2000 foi escolhido o diretor definitivo da nova versão de O Planeta dos Macacos, que viria a ser
Tim Burton. Charlton Heston, que estrelou O
Planeta dos Macacos original, aparece neste filme fazendo uma pequena
ponta, interpretando justamente um macaco velho e sábio que está em seu leito
de morte.
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MARK WAHLBERG E CHARLTON HESTON DURANTE A PREMIERE DO FILME DE TIM BURTON EM 2001 |
O filme, porém, foi destruído pela crítica, mas fez uma bilheteria
mundial US$ 360 milhões, tendo custado US$
100 milhões. A crucificação do filme pela crítica certamente foi uma das razões
pelas quais a Fox decidiu não seguir adiante com uma franquia, pelo menos para
os próximos dez anos.
O filme difere de praticamente tudo da versão original de 1968. Na
versão de Tim Burton, o astronauta é Leo Davidson (Mark Wahlberg), a versão de
George Taylor, que, acidentalmente, abre um portal para um mundo habitado por
macacos humanóides falantes. Leo lidera uma rebelião como líder dos humanos.
Helena Bonham Carter é Ari, uma chimpanzé que protesta contra o modo
como os humanos são tratados. Ela ajuda Leo a liderar a rebelião e também sente
uma atração romântica por ele. É inspirada na personagem Zira, do filme
original de 1968 e feita pela saudosa Kim Hunter.
Tim Roth como General Thade, um chimpanzé militar sádico, comandante do
exército e que quer ter controle sobre a civilização dos macacos. Thade também
pretende se casar com Ari, mas ela o rejeita. Ele é vagamente inspirado no
General Ursus, um personagem gorila do segundo filme da antiga franquia, De Volta ao Planeta dos Macacos, em 1970,
que foi vivido por James Gregory (1911-2002).
Estella Warren é Daena: uma humana escrava que, assim como Ari, tem uma
atração romântica por Leo. Daena é inspirada na personagem Nova, interpretada
por Linda Harrison no filme de 1968.
No ano de 2029, a bordo da estação espacial Oberon, da Força Aérea dos
Estados Unidos, o astronauta Leo Davidson trabalha em estreita colaboração com
os primatas, que são treinados para missões espaciais. Seu parceiro favorito de
trabalho é um chimpanzé chamado Péricles.
Com uma forte tempestade eletromagnética aproximando-se da estação, uma
pequena nave espacial pilotada por Péricles é usada para sondar a tempestade. A
nave de Péricles entra na tempestade e desaparece. Contra as ordens de seu
comandante, Leo entra em outra pequena nave e sai em busca de Péricles.
Ao entrar na tempestade, Leo perde contato com o seu comando e cai em
um planeta desconhecido no ano 3002. Ele descobre que tal mundo é dominado por
macacos humanóides com uma comunidade bem estruturada, que podem falar a
linguagem humana e que caçam e escravizam os seres humanos.
Leo é logo capturado, junto com outros humanos nativos, por um grupo de
macacos que os levam a uma cidade para serem vendidos por Limbo (Paul Giamatti),
um orangotango comerciante de escravos. Leo conhece então a chimpanzé Ari, que
protesta contra o tratamento horrível que os humanos recebem. Ari decide
comprar Leo e uma mulher chamada Daena para que eles trabalhem como empregados
na casa de seu pai, o senador Sandar (o veterano David Warner). Leo escapa de
sua jaula e liberta outros seres humanos.
Ari percebe a fuga, mas Leo consegue convencê-la a ajudá-lo em sua
causa. Leo faz uma rebelião humana contra os macacos e desenvolve um triângulo
amoroso com Ari e Daena. O general Thade e o coronel Attar (Michael Clarke
Duncan, 1957-2012) convocam exércitos de macacos e saem em busca dos humanos
fugitivos. Leo descobre Calima um local proibido, porém sagrado para a religião
dos macacos, que o reverenciam como templo deles.
Sem concordar com a opressão imposta aos homens, Leo torna-se uma
ameaça potencial ao estatuto dos primatas e dá início a uma revolução nada
social no planeta. Ao fim, ele descobre que não salvou o planeta do general Thade.
A NOVA FRANQUIA, O REBOOT.
Após o fracasso do remake de
Tim Burton em 2001, os produtores resolveram arquivar O Planeta dos Macacos pelos próximos dez anos. Não adiantaria fazer
uma sequência a partir do filme dirigido por Burton. Logo, foi idealizado em
2011, um reboot (releitura ou reinício)
da saga. Iniciaria assim, uma nova franquia sobre o tema.
Planeta dos Macacos: A Origem (2011)
Dirigido por Rupert Wyatt e distribuído pela Fox, essa é a décima
produção sobre o livro de Pierre Boulle. Rise of the Planet of the Apes (título
original), se trata de um reboot da
série de filmes Planeta dos Macacos,
funcionando como a origem de toda a história, reiniciando assim uma franquia
nova. Logo, a partir desta saga, as cinco produções anteriores desde o primeiro
filme estrelado por Charlton Heston além do remake
de Tim Burton, estão isoladas desta produção e da seguinte que foi lançada
este ano, Planeta dos Macacos- O Confronto.
Os roteiristas se inspiraram no quarto filme da série clássica, Conquista do Planeta dos Macacos, de
1972, se tornando um enredo parecido, mas não um remake direto, visto que não se encaixa na continuidade da antiga
franquia.
O longa foi lançado a 5 de agosto de 2011, nos Estados Unidos,
tornando-se um sucesso comercial e de crítica. Planeta dos Macacos- A Origem foi
indicado ao Oscar de Melhores Efeitos Visuais. Foi indicado também a cinco Saturn Awards, incluindo Melhor Diretor
(Rupert Wyatt) e Melhor Roteiro (Amanda Silver e Rick Jaffa), vencendo a
categoria de Melhor Filme de Ficção Científica, Melhor Ator Coadjuvante (Andy
Serkis, o sucessor de Roddy McDowall) e Melhores Efeitos Especiais. O
desempenho de Serkis, como César, foi muito elogiado, o que lhe rendeu muitas
indicações de várias associações que não costumam reconhecer o desempenho de
personagens por captura de movimento como atores tradicionais.
Will Rodman (James Franco) é um cientista, que na procura de uma cura
para o mal de Alzheimer motivado pela doença de seu pai, cria uma droga chamada
ALZ-112. Porém, essa droga possui um efeito curto, e depois de algum tempo o
corpo consegue produzir anticorpos que acabam com o efeito do vírus ALZ-112. O
efeito desse vírus é completamente diferente nos símios. Nesses últimos, o
vírus causa uma neurogênese, aumentando o QI dos macacos.
Rodman testa a droga em uma chimpanzé com sucesso, porém, em meio a
apresentação da sua nova criação, a chimpanzé enlouquece, destrói o laboratório
e quase faz com que o cientista perca o emprego.
O cientista descobre, ainda confuso com a reação da chimpanzé, que ela
há pouco estava grávida e apenas estava tentando proteger o filhote
recém-nascido. Rodman leva a cria para sua casa, onde descobre que a mutação
exercida pelo vírus ALZ-112 é hereditária. Assim, a pedidos do seu pai o batiza
de César. Rodman, percebendo que o vírus é um sucesso nos símios, decide
testá-lo, sem nenhum tipo de aprovação, em seu pai (John Lithgow),
que com única dose fica curado do Alzheimer.
Seguindo sua vida normalmente com César, Will descobre uma veterinária,
Caroline Aranha (Freida Pinto), por quem, com a ajuda de César, começa um
relacionamento. Após cinco anos de uma aparente estabilidade, os problemas
começam a aparecer.
César (Andy Serkis) começa a se questionar se ele é um membro da
família ou apenas um animal de estimação. O pai de Will começa a reapresentar
sinais de Alzheimer, e após uma confusão com a vizinhança, César tenta
defendê-lo de um vizinho perigoso. César é mandado para um abrigo para macacos
chefiado por John Landon (Brian Cox) e seu filho Dodge Landon (Tom Felton). Lá
percebe os maus tratos e o verdadeiro comportamento humano perante sua espécie
e é onde decide mudar a situação dos macacos.
Paralelamente, na busca de uma cura definitiva para a doença de seu
pai, Rodman desenvolve uma nova versão do vírus com a intenção de que o
composto chegue mais rapidamente ao cérebro, o ALZ-113. Porém o resultado dessa
experiência é um vírus que torna os macacos mais inteligentes, mas que tem
efeito oposto em humanos.
Esse composto é roubado por César, que foge do abrigo, mas volta com o
ALZ-113 e distribui para seus espécimes. Assim, os símios fogem do abrigo, e
vão para a cidade em direção ao parque das sequoias, tendo que atravessar a
Golden Gate, onde acontece a luta principal entre humanos e símios. Ao final do
filme, o cientista Will Rodman consegue alcançar César, já no parque das
sequoias, e despede-se do chimpanzé estupefato, pois ao abraçá-lo César consegue
falar: Caesar is home (César está em
casa).
O vírus se espalha no final do filme, demonstrando que são os símios
quem herdarão o planeta Terra. Durante o filme, é constantemente apresentada
uma expedição a Marte, que se perdeu no espaço. É presumível que seja essa
expedição que dará origem ao filme original (apesar de que no primeiro filme da
antiga série não se tratava de uma expedição ao planeta vermelho).
Planeta dos Macacos: O Confronto (2014)
Dirigido por Matt Reeves e distribuído também pela 20º Century Fox, esta produção é
estrelada por Andy Serkis, Gary Oldman, Jason Clarke e Keri Russell, sendo a
sequência de Planeta dos Macacos- A Origem, de 2011.
O filme foi lançado nos Estados Unidos e Canadá a 11 de Julho de 2014
(no Brasil, estreou no dia 24), Dawn of the Planet of the Apes
(título original) foi recebido com aclamação da crítica, com os críticos
elogiando seus efeitos visuais, história, direção, atuação, e profundidade
emocional. O filme também foi um sucesso de bilheteria, tendo arrecadado mais
de US$ 668 milhões mundialmente.
O filme se inicia com uma montagem de reportagens que mostram o colapso
da civilização humana, na esteira do vírus ALZ-113. Dez anos após a epidemia, o
macaco César (Andy Serkis) agora lidera e governa uma nova geração de macacos,
incluindo alguns de seus companheiros que ficaram presos junto com ele no
santuário dos macacos.
César lidera os macacos em uma caçada a veados, onde seu filho
adolescente, Olhos Azuis (Nick
Thurston), ganha profundas cicatrizes
sendo atacado por um enlouquecido urso. César é convocado para sua nova casa na
floresta Muir, onde sua esposa doente, deu à luz a um filho. Depois de dez anos
sem contato com os seres humanos, um pequeno grupo de sobreviventes de San Francisco
se depararam com os macacos. Depois de um dos seus membros entrar em pânico,
ele atira e fere um jovem macaco, César leva os macacos ao encontro dos humanos
na cidade de São Francisco e proíbe os seres humanos de entrar na floresta.
O líder do grupo de reconhecimento, Malcolm (Jason Clarke), convence o
líder do agrupamento humano, Dreyfus (Gary Oldman), a dar-lhe três dias para
fazer as pazes com os macacos e obter acesso a um gerador hidrelétrico em uma
barragem dentro do território símio, o que poderia fornecer energia para a
cidade.
Dreyfus fica desconfiado dos macacos, e começa a armar os
sobreviventes, em preparação para a guerra. Enquanto isso, Koba (Toby Kebbell)
primeiro tenente de Cesar, que havia sido cobaia dos seres humanos no passado, incentiva
César a exterminar todos os seres humanos, enquanto eles estão enfraquecidos e
desesperados. César, vendo uma chance para a paz com os seres humanos, se
compromete a conceder o acesso à barragem. Com Malcolm, sua esposa e filho
trabalhando no gerador, eles começam a formar um vínculo com os macacos, apesar
de várias situações de tensão decorrentes da desconfiança mútua.
Koba toma conhecimento do armamento dos seres humanos, e confronta
César sobre sua tolerância para com os seres humanos. César esmurra Koba por
sua insolência, fazendo este arquitetar planos para usurpá-lo da liderança
símia. Koba convence Olhos Azuis a acreditar que Malcolm e os seres humanos são
perigosos, enquanto rouba uma arma do arsenal humano. Na noite em que a energia
é restaurada para a cidade, Koba usa a arma humana clandestinamente para atirar
em César, aparentemente matando-o e o corpo cai de uma laje.
Olhos Azuis encontra a arma, e Koba aproveita a confusão resultante do
resto dos macacos para colocar a culpa nos seres humanos e insuflar um frenesi
em suas forças, e ele ordena uma pilhagem ao arsenal dos humanos. Usando armas
humanas, eles invadem o assentamento de São Francisco, rompendo as portas e
aprisionando todos os seres humanos.
Malcolm e sua família encontram César ainda vivo na floresta, e o
transportam para São Francisco enquanto procuram suprimentos médicos para
ajudá-los a operar César. No meio do caos, Olhos Azuis e os outros macacos mais
jovens se recusam a tirar vidas, levando Koba a matar um amigo de Olhos Azuis,
chamado Ash (Larramie Doc Shaw). Malcolm encontra os suprimentos, juntamente
com Olhos Azuis, e leva-o a César, onde os dois fazem planos de retomar a
cidade e impedir Koba de seus planos.
Esta produção utiliza de base o filme A Batalha no Planeta dos Macacos, em 1973, contudo, como na origem, realizado em 2011, não se trata de uma refilmagem, já que esta bem sucedida parte
está dentro do contexto da nova franquia.
Embora a nova franquia inicia uma nova saga sobre o tema, as duas
últimas bem sucedidas produções trazem reminiscências da antiga série. Nesta
produção O Confronto, o nome do filho do líder César se chama Olhos Azuis. Olhos Claros era como Drª Zira chamava carinhosamente o
astronauta George Taylor, no clássico filme dirigido por Franklin J. Schaffner
em 1968, e possivelmente, os roteiristas quisessem homenagear a Charlton
Heston, o herói inaugural da saga. O próprio nome do grande protagonista,
o símio César, já é uma referência dos filmes A Conquista do Planeta dos Macacos (1972) e A Batalha do Planeta dos Macacos (1973), onde basicamente o mesmo
personagem (feito nos dois filmes por Roddy McDowall) se chama César. O bordão macacos não matam macacos também é uma
referência extraída do quinto filme da antiga franquia.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O
PLANETA DOS MACACOS, inegavelmente, não foi somente um marco para a
ficção científica, como também para toda a trajetória da cinematografia
mundial. O sucesso se deveu, sobretudo, ao empenho e ponto de partida de Richard
Darryl Zanuck, citado logo no início deste tópico, que acreditou que um livro
tão polêmico, mas lido massivamente, poderia render um ótimo e rendoso filme.
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RODDY McDOWALL, KIM HUNTER, E CHARLTON HESTON, NUMA CONVENÇÃO SOBRE "PLANETA DOS MACACOS" EM 1998, ESTADOS UNIDOS. |
Talvez tanto ele, quanto Arthur P. Jacbos, ou ainda o próprio autor do
livro, Pierre Boulle, nem imaginariam que não renderiam apenas um, mas cinco filmes, uma série de TV, gibis, um desenho animado (não tão bem sucedido), um remake, e agora, uma nova e bem sucedida
franquia que está prometendo perpetuar toda esta incrível epopeia, que tem fãs
espalhados em todo o mundo.
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SAULO ADAMI |
No Brasil, não seria diferente. Para a confecção desta matéria, tive a
colaboração de um dos mais respeitados entendidos sobre Planet of The Apes do país: o escritor Saulo Adami, autor dos livros O
único humano bom é aquele que está morto! (1996), Diários de Hollywood: Um brasileiro no Planeta dos Macacos (2008) e
Perdidos
no Planeta dos Macacos (2013 – este com o quadrinista Angelo Júnior) e
que também escreveu um artigo especial, em duas partes, para a saudosa revista Cinemim, nos números 60 e 61, 5ª série,
em 1990. Meus sinceros agradecimentos ao Saulo por se propor a ajudar-me na
elevação deste artigo, que certamente, encherão não somente os olhos dos fãs da
série, como também de nossos amigos e leitores neste espaço dedicado a Sétima Arte.
PRODUÇÃO E PESQUISA: PAULO TELLES.
Colaboração: SAULO ADAMI.
As Maiores Trilhas Sonoras da Sétima Arte, e em todos os tempos!
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