Para fechar
o negócio, um executivo da MGM entrou em contato com Spencer Tracy pouco antes das
filmagens, e disse: "Não se preocupe, Sr. Tracy, uma cópia do roteiro foi
enviada para Alan Ladd e ele concordou em fazer o papel". No entanto, numa
sexta feira, três dias antes de iniciar as filmagens, em Lone Pine, no deserto
de Mojave, EUA, Tracy entrou no escritório de Dore Schary (1905-1980), então
chefe dos estúdios da empresa e produtor do filme, e disse: “Dore, tenho más
notícias. Melhor arranjar outro para o papel. Não queria mesmo fazer este filme”. Vale
lembrar que, nesta época, Tracy tinha 54 para 55 anos de idade, e vinha
atravessando um processo de alcoolismo crônico.
Os dois eram
amigos de longa data, e Schary considerou: “Spence, talvez tenha que ser duro
com você, cara. E veja bem: Já dispendemos cerca de 300 mil dólares com o filme.
E se você se recusar a fazê-lo serei obrigado a mover um processo contra você”.
 |
DORE, dando conselhos aos astros principais, os brilhantes SPENCER TRACY E ROBERT RYAN |
Tracy
olhou-o fixamente e perguntou:
-Não, não
estou – respondeu Schary com veemência.
Tracy voltou
a fita-lo longamente e mandou brasa:
-Você fica
neste escritório com ar refrigerado no maior bem-bom, enquanto estou me matando
de suor naquele inferno que é Lone Pine.
-Mas eu vou
suar com você! -replicou Schary
-Okay! Verei você então em Black Rock na segunda feira.
Os dois se
encontraram lá e teve início então aquele que seria um dos melhores filmes da
safra de 1955, e o último de Spencer Tracy para a Metro-Goldwyn-Mayer após duas
décadas de contrato com o estúdio, e no qual teve a oportunidade de nos brindar
com um de seus mais vibrantes e notáveis desempenhos, e que lhe valeu sua 5ª
indicação para as premiações da Academia. Foi também o último filme que fez sob
a orientação direta de Dore Schary.
Schary havia
substituído Louis B. Mayer na chefia da Metro, cujo os estúdios se localizavam
em Culver City. Em 1953, contudo intrigas de gabinete começaram a minar as
bases do executivo, e em novembro de 1956, Schary foi derrubado do comando.
CONSPIRAÇÃO DO SILÊNCIO foi o primeiro filme do estúdio MGM a ser lançado em Cinemascope. A trama se direciona após dois meses do
término da II Guerra Mundial. No vilarejo de Black Rock chega um veterano de guerra, John MacReedy (Spencer Tracy), que tem só um braço. Apesar da sua aparência calma e eremita, e por sua deficiência física, sua presença incomoda cada vez mais os moradores do
local, em parte por ser o primeiro visitante em 4 anos (literalmente o trem
nunca parava ali) e também por ficar cada vez mais claro que todos estão
escondendo algo. Quando ele diz que está procurando Komoko, um japonês, a
tensão aumenta e parece que todos do local obedecem a Reno Smith (Robert Ryan,
1909-1973), um latifundiário e o "dono" de Black Rock.


Mais tarde, MacReedy
descobre que Komoko foi morto por Reno, que era avesso aos japoneses. Alvo de
hostilidades, ameaças e até de uma trama de assassinato, o forasteiro se dá
conta de que Black Rock esconde um grande segredo que vem sendo guardado há
muito tempo
Reno Smith
não esta só e tem seus parceiros de vilania, como o estúpido e boçal Coley
Trimble (Ernest Borgnine, 1917-2012), e Hector David (Lee Marvin, 1924-1987),
além do borra botas Pete Wirth (John Ericson), empregado do único hotel do vilarejo,
e sua irmã Liz Wirth (Anne Francis, 1930-2011), apaixonada por Reno, que não dá a
mínima para ela.
Reno finge
cortesia para com o recém-chegado, mas MacReedy não é bobo. A investida mais direta contra MacReedy parte
por Coley, um brutamontes que tenta de tudo para assustar MacReedy, para que
ele desista de procurar seu amigo japonês, e faz de tudo para persuadi-lo. Até
que chega o momento que, numa lanchonete de Black Rock, quando o veterano de
guerra estava almoçando, Coley mais uma vez provoca-o, como se já não bastasse
antes, tentou pô-lo para fora da estrada enquanto dirigia.
O até
paciente MacReedy engoliu todos os insultos que podia, e numa nas cenas mais
marcantes da fita, o veterano sem um braço aplica alguns golpes de artes marciais
sobre o brutamontes, que achava que poderia vencer o aparentemente indefeso
MacReedy na força física. O ridículo Coley é levado ao chão, ferido, e enviado sob os cuidados de Doc Velie (Walter Brennan, 1894-1974), um médico que não
compactua com os desmandos de Reno e seus comparsas.
Falando em Doc, também tem na cidade um xerife sem pulso de ferro, Tim Horn (Dean Jagger,
1903-1991), cujo posto é apenas um conveniente para que o pequeno vilarejo
afirme a presença de um representante da lei, mas na realidade, Tim, um beberrão,
é tão manipulado por Reno como todo o resto da pequena cidade.
Após a surra
que Coley levou do velho MacReedy, este tenta de todas as maneiras acionar as
forças policiais, mas é impedido pela ditadura de Reno, que intercepta qualquer
meio de comunicação que o veterano de guerra faça, desde os telégrafos,
telefonemas, e até o uso de carros. A muito custo, a verdade vem a tona, graças
a persuasão de Macreedy e de Doc sobre o jovem e inseguro Pete, que revela que Komoko
foi realmente morto por Reno, por este não conseguir se alistar para lutar
contra os japoneses.
Hector, que
assumira o posto de xerife no lugar do fraco Tim por escalação de Reno, é
dominado e posto a nocaute por Doc e MacReedy, e este vai atrás de Reno, um
sujeito sem o menor caráter e escrúpulos, a ponto de assassinar uma de suas
aliadas, a não menos bandida Liz, irmã de Pete, que denuncia a presença de
MacReedy em seu encalço.
Mesmo sem um
braço, o veterano de guerra, sob a mira do rifle de Reno, consegue pegar uma
garrafa vazia e enche-la com uma pequena poção de gasolina que ele consegue
esvaziar do carro, fazendo assim um coquetel molotov contra o inimigo. É noite, e Reno atira em direção de MacReedy, que joga o recipiente
sobre o vilão, que começa a se incendiar e pedir socorro.
Por fim, a
quadrilha toda é dominada e entregue a Tim, encarregado de entregar Reno e os
demais (Coley, Hector e Pete) as autoridades. MacReedy não viera apenas para
encontrar o amigo japonês, mas também entregar a ele uma medalha que o filho
dele, morto em combate, havia ganhado do governo dos Estados Unidos. Com Komoko
morto, para quem entregaria esta honra? Resolveu entregar para Doc e a cidade,
como uma maneira de representar a paz estabelecida em Black Rock, após 24 horas
de um péssimo dia, como diz literalmente o título original do filme.


A fita tem
ingredientes bastante interessantes, com uma mistura de história policial,
detetivesca, suspense noir, mas alguns
elementos do western, muito embora
não seja do gênero (há quem defina que seja, mas são pontos de vista), mas sobretudo um thriller
com ambiente (de fundo social) tendo
como cenário o Oeste do Século XX. A visão de uma América de consciências mortas, numa época em que os Estados Unidos ainda sofria os efeitos do Macarthismo , foi uma das primeiras utilizações criativas do então novo formato de tela Cinemascope.
Ernest
Borgnine e Lee Marvin estão impecáveis em seus papéis de vilões, assim como o
brilhante Robert Ryan como o mais famigerado deles. Spencer Tracy
recebeu mais uma indicação ao Oscar (sua quinta) e o filme também foi indicado
ao prêmio na categoria de melhor roteiro. Cinco dos membros do elenco tiveram
um total de oito Oscars: Spencer Tracy tinha dois, e Walter Brennan teve três.
Lee Marvin, Dean Jagger e Ernest Borgnine tinham uma estatueta cada.
 |
SET de CONSPIRAÇÃO DO SILÊNCIO |
A Excelente
direção de John Sturges (1910-1992) ajudou a garantir a popularidade desta película, que
lhe deu uma indicação ao Oscar de melhor direção por este suspense apreensivo
que também aborda o preconceito racial.
FICHA
TÉCNICA
CONSPIRAÇÃO
DO SILÊNCIO
TÍTULO
ORIGINAL: BAD DAY AT BLACK ROCK
GÊNERO: CRIMINAL/SUSPENSE
TEMPO DE DURAÇÃO: 81 MINUTOS
ANO DE LANÇAMENTO (EUA): 1955
DIREÇÃO: JOHN STURGES
ELENCO
SPENCER
TRACY (JOHN J. MACREEDY)
ROBERT
RYAN (RENO SMITH)
ANNE
FRANCIS (LIZ WIRTH)
DEAN
JAGGER (XERIFE TIM HORN)
WALTER
BRENNAN (DOC T.R. VELIE JR.)
JOHN
ERICSON (PETE WIRTH)
ERNEST
BORGNINE (COLEY TRIMBLE)
LEE
MARVIN (HECTOR DAVID)
RUSSELL
COLLINS (SR. HASTINGS)
WALTER SANDE (SAM)
PRODUÇÃO
E PESQUISA: PAULO TELLES
Além de um roteiro super eletrizante, um diretor da melhor safra, um protagonista que é talentossíssimo, ainda temos este elenco maravilhoso e meu querido e amado Robert Ryan, é um filme perfeito. Obrigada meu querido por dividir tantas coisas que eu não sabia sobre este filme maravilhoso. <3
ResponderExcluirJá falamos tanto deste notável ator que foi Ryan que todos nós e os leitores estamos "carecas" de saber, não é verdade, minha querida? rs.
ResponderExcluirE não podemos esquecer de Spencer, um dos maiores atores do cinema americano. Beijos do editor!
,,,excelente narrativa, Telles -inclusive sobre os bastidores da filmagem e as intrigas hollywoodianas. mas vale buscarmos o link -hj todos queremos td, msm na wweb, 'na mão -parabéns de novo e gde abç __
ResponderExcluirObrigado Alvaro, seja muito bem vindo. O filme já foi lançado em DVD e pode ser encontrado nas locadoras. Grande abraço do editor e obrigado pelo comentário.
ExcluirCaro Paulo, mais um minucioso trabalho seu sobre um grande filme. Conspiração do Silêncio de John Sturges. Praticamente tudo foi dito, pouco ficou para nós. Mas Spencer Tracy foi um ator singular. Interessante observar que ele ocupava um lugar de "honra" em seus filmes, isto é, estava sempre um degrau acima. Perceba isto em "O Vento será tua Herança" de Stanley Kramer, outro exemplar da estirpe de Conspiração do Silêncio. E em "Julgamento em Nuremberg" outro grande clássico de Stanley Kramer, um cineasta magistral. Essa característica de Spencer Tracy está também em "Deu a louca no Mundo" e, mais uma vez (me desculpe) de Stanley Kramer. Conspiração do Silêncio é um filme gigantesco, não só pela história, pela fotografia, pelas interpretações antológicas de Tracy, Borgnine, Ryan e Marvin, mas pelo conjunto: um filme quase perfeito, talvez perfeito. Lembro-me, na época, que assisti a um outro filme igualmente profundo e marcante, nessa mesma linha, estrelado por Jeff Chandler e que me impressionou muito: A Soldo do Diabo, de Jack Arnold, em que Orson Welles também atuou. Grandes filmes, todos eles. Mas, caro Paulo, muito boa mesmo sua matéria. Oportuna e abrangente. Abraços.
ExcluirSaudações José, sempre uma satisfação em tê-lo nos comentários. Vc disse tudo a respeito de Tracy, ele era mesmo um ator singular, e por isso mesmo, admirado. Rubens Ewald Filho diz que o modo de interpretar dele para os padrões de hoje são ultrapassados, mas ao meu ver, quando o vemos nas reprises ou mesmo em filmes que nunca tínhamos assistido com ele, se vê perfeitamente o brilhantismo que ele vestia seus personagens, desde o cândido Padre Flanagan de COM OS BRAÇOS ABERTOS até o cruel Mathew Devereux do espetacular western A LANÇA PARTIDA. Para nós, Tracy chama atenção até hoje graças a seu incrível talento.
ExcluirOutra boa sua, José! Vc fez menção de O VENTO SERÁ TUA HERANÇA, onde dividiu as honras da ribalta com outro fenômeno: FREDRIC MARCH, outro ator de categoria páreo para Tracy, e só mesmo estes dois para duelarem na tela nesta grande obra cinematográfica.
Outro detalhe importante sobre THE BACK DAY AT BLACK ROCK é que o filme é gigantesco em sua curta metragem de 81 minutos. Enquanto tem filmes horríveis com metragens acima de duas horas que não empolgam, John Sturges, graças aos auspícios de atores brilhantes como Borgnine, Marvin, e principalmente, de Tracy e Ryan, nos brinda com um tremendo espetáculo que prende o espectador do começo ao fim.
Muito obrigado, José. Seus pontos sempre são muito importantes para o espaço. Abraços do editor.
NOBRE AMIGO VOCÊ DISSE TUDO DO GRANDE FILME A CONSPIRAÇÃO DO SILÊNCIO, O QUAL TENHO EM WIDESCREEN COM LEGENDAS EM ESPANHOL E INGLÊS!
ResponderExcluirNA MINHA CONCEPÇÃO É UM WESTERN-POLICIAL- POLITÍCO, ONDE A XENOFOBIA É COLOCADA NO ÂMBITO DA QUESTÃO, DEVIDO AO ATAQUE JAPONÊS A PEARL HARBOR.
JUSTIFICANDO: OS ESTADUNIDENSES CONSIDERAM WESTERNS TODO FILME REALIZADO EM ZONA RURAL, NÃO IMPORTANDO A ÉPOCA, EMBORA AJA CONTROVÉRSIAS - EXEMPLOS:SUA ULTIMA FAÇANHA, OS DESAJUSTADOS;PAIXÃO DE BRAVO;O CIRCO DA MORTE(ARENA);ASSIM CAMINHA A HUMANIDADE, A SOLDO DO DIABO. NESTE MESMO TEMA EU INCLUO - NUNCA FUI SANTA, E ONDE OS FRACOS NÃO TEM VEZ.
QUERO SALIENTAR AINDA QUANDO EU ACRESCENTEI O VERBETE POLICIAL, PORQUE ALGUNS WESTERNS PODEM SER FILMADOS COMO UM FILME POLICIAL E VICE-VERSA, EXEMPLOS;POQUER DE SANGUE, PODERIA MUITO BEM SER UM POLICIAL, ASSIM COMO, NA PRÁTICA O FOI, SANGUE DO MEU SANGUE, QUE TRANSFORMADO NO GRANDE WESTERN LANÇA PARTIDA!
PARABÉNS POR MAIS ESTE POST! GO AHEAD!
Saudações amigo Edivaldo, a quem chamo com estima de Major Eddie! Estive trocando umas ideias com o A. C Gomes de Mattos sobre estas classificações que os próprios americanos fazem em relação aos filmes e seus gêneros. Ele publicou um brilhante artigo sobre os filmes noir (que aliás, aproveito para divulgar, acessando estes dois links: http://www.historiasdecinema.com/2014/03/filme-noir-i/ - e http://www.historiasdecinema.com/2014/03/filme-noir-ii/ ) e claro, apresentou sua visão e entendimento quanto ao gênero (ou estilo) de filme, já que é sabido que, para um filme ser noir, ele tem que ser estritamente policial, segundo a crítica francesa.
ResponderExcluirContudo, certos críticos americanos fizeram uma lista adicionando obras clássicas em preto & branco dos anos 1940 que retratavam o submundo, como um bom exemplar destes, PUNHOS DE CAMPEÃO, de Robert Wise, listado nesta relação feita pelos americanos como “noir”. Entretanto, pedi a opinião do Professor A. C . Gomes em seu site se esta obra clássica de Wise seria um filme “noir”, mesmo focalizando a desgraça e a derrota de um personagem tão idealista feito por Robert Ryan (sempre ótimo no que fez) em um submundo podre como era a máfia do boxe, e a resposta não poderia ser outra: não é um “noir”, pois apesar dos elementos que tem com tal, não é uma história criminal, e concordei com ele porque também não vejo THE SET-UP assim.
O MESMO OCORRE com CONSPIRAÇÃO DO SILÊNCIO. Talvez pudesse estar mais para um “noir” por ser uma história detetivesca do que um western, embora realmente possa conter alguns itens do gênero, cuja trama se passa no oeste americano no Pós-Guerra, e similar aos demais títulos que muito bem mencionou, como SUA ÚLTIMA FAÇANHA, PAIXÃO DE BRAVOS (com Robert Mitchum, dirigido por Nicholas Ray), e SOLDO DO DIABO – na realidade dois dramas e um policial – no meu entendimento, também não os vejo como westerns. Mas claro, tudo é muito controverso, e quem sou eu para absolutizar? Como cinéfilos somos livres para entendermos do jeito que nos atende, meu amigo.
Grande abraço do editor, aguardo a programação de abril da CAW.
CORRIGINDO: * PAIXÃO DE BRAVO
ExcluirExiste mesmo alguma gama de criticos que consideram esta fita um faroeste, fato completamente descartado.
ResponderExcluirTambém gosto desta fita, embora não seja o pico dos trabalhos do bom Sturges.
Conspiração do Silencio é apenas uma fita bem aceita, de caráter bastante regular e que até poderia ser um pouco melhor.
Mas não vamos atacar este ponto, pois é um filme bem aceitável e gostoso de ver.
Também um filme onde tem o Tracy, o Ryan, o Borgnine e o Brenan, jamais poderia deixar de ser um bom filme, ainda que este não tivesse um bom roteiro e um bom diretor.
Sou fã incondicional deste quarteto e até recordo de algumas boas sovas, como a deste filme, que o Borgnine andou levando em sua carreira pontuada de bons desempenhos.
Em Johnny Guitar o Hayden lhe dá uma sova que ele fica lerdo.
Em Vera Cruz o Cooper lhe dá um soco tão potente que ele vai se estatelar no meio da rua.
Em A Um Passo da Eternidade (seu perfeito desempenho) ele apanha e leva uma facada do Clift.
O coitado do extraordinário ator fazia suas cenas serem grandiosas e perfeitas nos seus papeis de vilões.
Sua presença no filme do Sturges é marcante e pontuada com os melhores momentos do filme.
Enfim; um diretor como o Sturges, que fez os escelentes O Velho e o Mar, Sem Lei e Sem Alma, Fugindo do Inferno, Duelo de Titãs, Sete Homens e Um Destino, dentre outros, não poderia fazer algo de menor qualidade com um bom roteiro como este nas mãos.
jurandir_lima@bol.com.br
Jurandir, esta obra de Sturges não é mesmo um western, segundo nossa concepção. No mais, acho uma fita psicologicamente impactante, e acredito que se fosse tentar melhorar, creio que poderia surtir o efeito oposto. Pode não ser o pico dos trabalhos deste grande diretor (que sim fez brilhantes westerns, como SEM LEI E SEM ALMA, SETE HOMENS E UM DESTINO, DUELO DE TITÃS,e A HORA DA PISTOLA, além de FUGINDO DO INFERNO e O VELHO E O MAR, também com Tracy, que depois alegou ter se arrependido a fazer o filme), mas ainda assim esta entre os filmes mais importantes de sua filmografia.
ResponderExcluirE você tem razão: um filme com esta “quadrilha magnífica” composta por Tracy, Bob Ryan, Ernie e Marvin não poderia ser mesmo ruim já que eram quatro magníficos atores que faziam mesmo a diferença entre o roteiro e suas atuações. Ernie começou fazendo vilões, e sua guinada veio quando ganhou o Oscar de melhor ator por MARTY, em 1956, mas antes disso, ainda teve mesmo que “apanhar” dos grandes Tracy, Gary Cooper, e até mesmo do meio franzino Montgomery Clift. Vc me fez realmente lembrar desta cena em VERA CRUZ, onde o Ernie esbofeteia Cooper na covardia, que salvo por Burt Lancaster, não deixa barato e lhe aplica um soco tão poderoso que faz o roliço Borgnine estatelar para fora do bar. Incrível!!!!