Morreu na segunda-feira, dia 10 de fevereiro, aos 85 anos, a
atriz Shirley Temple, uma das maiores estrelas mirins da história de Hollywood.
Segundo comunicado divulgado pela família nesta terça-feira, dia 11, ela estava em
casa, em Woodside, na Califórnia, e morreu de causas naturais. "Ela estava rodeada pela família",
informa o texto. "Nós a celebramos
por uma vida de realizações notáveis como atriz, diplomata e como nossa amada
mãe, avó e bisavó, e adorada esposa, por 55 anos, do falecido e saudoso Charles
Alden Black."
O BLOG FILMES ANTIGOS CLUB não poderia deixar de prestar uma
singela homenagem a este ícone infantil das telas, como reproduziremos também
um comentário feito em 2010 a respeito de um de seus filmes mais famosos e que
é o preferido deste editor: O PÁSSARO AZUL, abordado no tópico OS DEZ MAIORES
FILMES INFANTIS DE ACORDO COM O EDITOR DO ESPAÇO - Publicado em 11 de outubro
de 2010.
Produção e Pesquisa
de PAULO TELLES, baseado também em informações
do site G.1.
Shirley
Temple começou a carreira aos 3 anos de idade e ganhou fama em filmes como
"Olhos encantadores" (1934), "Alegria de viver" (1934),
"A pequena órfã" (1935), "Heidi" (1937) e "A
princesinha" (1939). A imagem da garotinha em produções leves e
bem-humoradas dos anos 1930 serviu de alívio ao público americano durante o
período da Grande Depressão. Suas músicas, dança e inocência funcionaram como
contraponto a um momento de falta de empregos e de dinheiro.
A atriz era
conhecida como America's Sweetheart ("a queridinha da América", em
tradução livre). O presidente dos Estados Unidos entre 1933 e 1945, Franklin D.
Roosevelt (1882-1945), elogiou na época o "otimismo contagiante" da pequena atriz
e chegou a declarar que "desde que nosso país tenha Shirley Temple, nós
vamos ficar bem".
Ela foi
ganhadora do primeiro "baby Oscar" – uma estatueta com metade do
tamanho de um Oscar normal –, entregue em 1935. A distinção era um prêmio
especial dado a atores-mirins por seus papéis. As crianças não competiam com
adultos nas várias categorias da premiação.
O site
oficial de Shirley Temple lista que ela estrelou 14 curtas-metragens e 43
longas-metragens, a maioria deles antes de completar 12 anos de idade. Sua
carreira foi de 1931 a 1961, mas seu último grande filme foi "A kiss for
Corliss" (1949).
![]() |
SHIRLEY com GARY COOPER |
![]() |
SHIRLEY com RANDOLPH SCOTT |
Entre 1935 e
1938, a atriz foi campeã de bilheteria nos Estados Unidos, batendo produções
com grandes estrelas hollywoodianas, como Clark Gable (1901-1960), Bing Crosby
(1903-1977), Robert Taylor (1911-1969), Gary Cooper (1901-1961) Randolph Scott (1898-1987), e Joan Crawford
(1906-1977).
Apesar de
ter feito filmes como adolescente e jovem adulta, como "Solteirão
cobiçado" (1947), com Myrna Loy e Cary Grant, e "Sangue de
heróis" (1948), com John Wayne, Henry Fonda e John Agar (seu primeiro
marido), Shirley Temple perdeu o brilho dos primeiros anos.
Depois de
deixar o cinema, ela se candidatou ao Congresso dos Estados Unidos pelo Partido
Republicano, em 1967, mas não se elegeu. Depois, foi delegada dos Estados
Unidos na Organização das Nações Unidas (ONU), em 1969 e 1970, e
embaixadora. Serviu em Gana (1974-1976)
e na antiga Tchecoslováquia (1989).
Em 1972,
Shirley Temple recebeu o diagnóstico de câncer de mama. Foi uma das primeiras
celebridades a falar abertamente sobre a doença. Numa seção de perguntas e
respostas em seu site oficial, ela comentou a superação do problema.
"A
alternativa é pior, se você não faz nada a respeito. Eu acreditei em meu médico
e em Deus", afirmou. Também deu conselhos a outras mulheres: "Não
fique em casa e não tenha medo. Vá ao médico e faça um exame".
Shirley
Temple nasceu em 23 de abril de 1928, em Santa Monica, Califórnia, nos Estados
Unidos. Era filha do executivo e banqueiro George Francis Temple e de Gertrude
Amelia Krieger, que era apaixonada por dança e incentivou a filha desde o
princípio. A pequena Shirley começou a ter aulas num estúdio de dança aos 3
anos, em Los Angeles.
Lá, em 1931,
foi descoberta por dois produtores da Educational Films Corporation, que fazia
uma série de curtas-metragens chamada "Baby burlesks" – eram paródias
de filmes com adultos, mas estreladas exclusivamente por crianças. Em sua
estreia, Shirley recebeu um cachê de US$ 10.
De acordo com
a BBC, Shirley posteriormente descreveu esses trabalhos iniciais como "uma
exploração cínica de nossa inocência infantil que ocasionalmente era racista ou
sexista".
Com a
falência da Edutional, em 1933, a atriz assinou seu primeiro contrato com um
grande estúdio, a Fox. A estreia foi "Alegria de viver" (1934), e
pequena estrela se destacou não só pela atuação, mas também por seus números de
dança.
Quando ela
tinha 6 anos de idade, recebia US$ 1,25 mil por semana. Em valores corrigidos,
o salário equivalia a US$ 21 mil por semana. Os rendimentos se duplicaram com
merchandising e produtos licenciados, como bonecas Shirley Temple e uma linha
de roupas e acessórios para meninas.
Shirley se
casou, aos 17 anos, com o Sargento da Força Aérea Americana John Agar (1921-2002), que veio a se tornar
ator em Hollywood, e com a atriz, atuou no clássico de John Ford (1895-1973)
Sangue de Heróis/Fort Apache, 1947, ao lado de John Wayne (1907-1979) e Henry Fonda (1905-1982). Ficaram juntos por quatro anos, até 1949, e
tiveram uma filha, chamada Linda Susan. Em 1950, ela se casou com Charles
Black, antigo oficial da marinha. Tiveram dois filhos, Charlie Jr. e Lori.
Questionada
sobre o seu maior motivo de orgulho, Shirley costumava dizer: "Meus três
filhos, minha neta e meus dois bisnetos". No questionário de seu site, há
uma pergunta sobre qual carreira gostaria de ter seguido se não fosse atriz
mirim. "Eu queria estar no FBI. Também queria ser vendedora de
tortas", comentou.
Depois,
lembrou-se de um episódio em que chegou a exercer a atividade. "Essa
vontade era tão forte, que o estúdio providenciou um pequeno carrinho e o
encheu de tortas. Eu circulava pelo set e as vendia para a equipe. Eu tinha
cerca de oito anos de idade. Sempre vendia todas, e não tinha de pagar por
elas. Era um grande negócio!"
Em 1960, Shirley ganhou uma estrela na Calçada
da Fama de Hollywood. Em 1992, foi homenageada pelo National Board of Review.
E, em 1998, pelo prestigioso Kennedy Center Honors. Foi ainda considerada uma
das grandes estrelas do cinema em todos os tempos pela revista . Premiere e pela "Entertainment Week.
Já em 2006,
ganhou um prêmio especial pelo conjunto da obra do Sindicato de Atores dos
Estados Unidos (SAG). Também aparece na lista de "50 grandes lendas do
cinema" feita pelo American Film Institute.
A FILMOGRAFIA de Shirley Temple chegou perto de incluir um
outro clássico do cinema, "O mágico de Oz" (1939). A participação só não
aconteceu porque a Fox se recusou a "emprestá-la" para a Metro
Goldwyn Mayer (MGM). Assim, quem acabou ficando com o papel de Dorothy foi Judy
Garland (1922-1969).
Shirley
passou, mas seus filmes e sua presença marcante já são imortalizados mesmo por
aqueles que não são tão amantes do cinema antigo como nós. Ela sempre
será a Princesinha eterna nos
corações dos cinéfilos, e uma estrelinha a mais na constelação.
Relembrando O PÁSSARO AZUL
O Pássaro
Azul, de 1940, dirigido por Walter Lang (1896-1972), é um clássico em Technicolor para
crianças, mas que também emociona os adultos. O típico filme da Sessão da Tarde
que costuma reunir a família toda em frente à Tv. O filme narra a história da
família Tyl, cujo patriarca (Russell Hicks, 1895-1957) é convocado para
combater Napoleão e precisa deixar os filhos em casa sozinhos.
A garota
Mytyl (Shirley Temple) e seu irmão Tytyl (Johnny Russel) passam a viver algumas
aventuras depois que o melhor amigo de Mytyl adoece e a menina empenha-se em
capturar o conhecido "pássaro azul da felicidade" para presentear o
garoto. Após receber a visita da fada Berylune (Jessie Ralph, 1864-1944), os
meninos são enviados, juntamente com o seu gato Tyllete e cachorro Tylo,
transformados em humanos, em busca do “pássaro azul” através do passado, do
presente e do futuro.
Durante a
viagem por muitos reinos com fadas, magias e personagens enigmáticos, as
crianças passam pelas mais inusitadas situações, e vão sofrendo transformações
— relacionadas às mudanças da infância para a juventude — e transformam os
lugares por onde passam, como a emocionante cena em que Mytyl se despede dos
avós, já mortos, e que voltam a dormir num banquinho porque só acordavam quando
alguém lembrasse deles. A menina ainda consegue ver o irmão caçula que está
para nascer em outros dos mundos. Quando voltam para casa, encontram um lugar
muito diferente do início da aventura. Ainda no elenco, Nigel Bruce (1895-1953)
e a ganhadora do Oscar Gale Sodergaard (1899-1985).
Sinopse reproduzida do tópico MINHA LISTA, OS DEZ MELHORES FILMES INFANTIS, na visão do editor do
espaço, PAULO TELLES, feita em 11 de outubro de 2010.
FILMOGRAFIA DE SHIRLEY TEMPLE
1934: Alegria de Viver (Stand Up and Cheer!)
1934: Capricho Branco (Mandalay)
1934: Olhos Encantados (Bright Eyes)
1934: Agora e Sempre (Now and Forever)
1934: Dada em Penhor (Little Miss Marker)
1935: A Mascote do Regimento (The Little Colonel)
1935: A Pequena Rebelde (The Littlest Rebel)
1935: A Pequena Órfã (Curly Top)
1936: Anjo do Farol (Captain January)
1936: A Princesinha das Ruas (Poor Little Rich Girl)
1936: A Pequena Clandestina (Stowaway)
1937: A Queridinha do Vovô (Wee Willie Winkie)
1937: Heidi (idem)
1938: Sonho de Moça (Rebecca of Sunnybrook Farm)
1938: Miss Broadway (Little Miss Broadway)
1939: A Pequena Princesa (The Little Princess)
1939: Susana (Susannah of the Mounties)
1940: O Pássaro Azul (The Blue Bird)
1942: Miss Annie Rooney (idem)
1944: Ver-te-ei Outra Vez (I'll be Seeing You)
1944: Desde que Você foi Embora (Since You Went Away)
1947: O Solteirão Cobiçado (The Bachelor and the Bobby-soxer)
1948: Sangue de Heróis (Fort Apache)
1949: Têmpera de Vencedora (The Story of Seabiscuit)
1949: O Gênio do Colégio (Mr. Belvedere Goes to College)
1985: Quando Hollywood Dança (That's Dancing!)
1934: Capricho Branco (Mandalay)
1934: Olhos Encantados (Bright Eyes)
1934: Agora e Sempre (Now and Forever)
1934: Dada em Penhor (Little Miss Marker)
1935: A Mascote do Regimento (The Little Colonel)
1935: A Pequena Rebelde (The Littlest Rebel)
1935: A Pequena Órfã (Curly Top)
1936: Anjo do Farol (Captain January)
1936: A Princesinha das Ruas (Poor Little Rich Girl)
1936: A Pequena Clandestina (Stowaway)
1937: A Queridinha do Vovô (Wee Willie Winkie)
1937: Heidi (idem)
1938: Sonho de Moça (Rebecca of Sunnybrook Farm)
1938: Miss Broadway (Little Miss Broadway)
1939: A Pequena Princesa (The Little Princess)
1939: Susana (Susannah of the Mounties)
1940: O Pássaro Azul (The Blue Bird)
1942: Miss Annie Rooney (idem)
1944: Ver-te-ei Outra Vez (I'll be Seeing You)
1944: Desde que Você foi Embora (Since You Went Away)
1947: O Solteirão Cobiçado (The Bachelor and the Bobby-soxer)
1948: Sangue de Heróis (Fort Apache)
1949: Têmpera de Vencedora (The Story of Seabiscuit)
1949: O Gênio do Colégio (Mr. Belvedere Goes to College)
1985: Quando Hollywood Dança (That's Dancing!)