
Filho de um ex-ator amador que se tornou mais tarde um alfaiate no Bronx, em Nova York, que Tony (ou melhor, Bernard) nasceu a 3 de junho de 1925. Após problemas com a lei aos 12 anos, serviu em submarinos durante a II Guerra.

Curtis serviu na marinha durante a Segunda Guerra Mundial e foi um espectador privilegiado da rendição japonesa na Baía de Tóquio em 1945. De volta aos Estados Unidos, passou a estudar teatro, e em 1948, devido a sua bela aparência e aos olhos marcantes que o tornariam ídolo do público feminino nos anos seguintes, foi contratado pelo estúdio Universal de Hollywood, que lhe colocou em aulas de esgrima, boxe, e montaria.
A sua estréia no cinema dá-se em 1949 num pequeníssimo papel no «film noir» Baixeza/Criss Cross, ao lado de Burt Lancaster (1913-1994). Nos anos seguintes foi ganhando tarimba em papéis de vilão e comprovando o talento em filmes como Serras Sangrentas/Sierra (com Audie Murphy, de quem era amigo e não aceitou a retratá-lo em um filme sobre suas experiências na II Guerra, Terrível como o Inferno/To Hell and Back, em 1955, com Audie retratando ele mesmo seu próprio papel) e, principalmente, Winchester 73, faroeste Classe A dirigido pelo excelente Anthony Mann (1906-1967) e estrelado por James Stewart.

O próprio Bernard assumia que foi a sua visível beleza que lhe valeu o primeiro contrato com a Universal Pictures, onde adotaria o nome artístico de Tony Curtis. O olhar azul e o rosto de feições perfeitas foram uma vantagem que o intérprete sempre soube usar a seu favor, tanto em papéis de galã como, muitas vezes, em comédias que parodiavam o próprio estereótipo.
A vida toda ele nunca perdeu um sotaque muito forte do bairro onde nascera, mesmo quando fazia filmes de época, como Spartacus. Quando foi para Hollywood, para a Universal, lhe mudaram o nome, primeiro Anthony, depois Tony Curtis, dando-lhe pontinhas que serviram como treinamento. O curioso é que foi o público, as fãs que os descobriram, enviaram cartazes para o estúdio e assim o transformaram em astro. Por uns tempos, foi o pretty boy por excelência, de olhos claros, cílios marcantes, e bom físico.


Fez fama como astro fanfarrão e musculoso em películas como O Príncipe Ladrão/The Prince Who was a Thief , em 1951, após ter recebido uma avalanche de cartas de inúmeras fãs, o que levou a Universal a reconhecer seu potencial. Mas com isto, o ego de Tony começava também a florescer. Mulherengo, ele transava com todas as mulheres possíveis, o que se tornou um problema quando se casou com a estrela da Metro, Janet Leigh (1927-2004) - entre 1951 a 1962, era o casamento perfeito para as revistas de cinema.





Seus melhores desempenhos incluem Quanto mais quente melhor/Some Like It Hot, de Billy Wilder (1906-2002), uma sublime comédia em que Curtis e Jack Lemmon (1925-2001) para fugir de gangsters se vestem de mulher e acabam se encontrando com Marilyn Monroe (1926-1962).









Tony Curtis, o eterno galã de todas as reprises de sessão da tarde (pelo menos a “sessão da tarde" ou matinê particular de cada um, graças ao DVD), herói, vilão, conquistador, engraçado, audacioso – tantos e tantos- morreu em sua casa em Las Vegas na noite de quarta feira, ao lado de sua esposa, Jill Vandebenger, de parada cardio-respiratória, depois de uma batalha longa contra uma doença pulmonar (em 2006, teve pneumonia muito grave que quase o matou) e em julho deste ano já havia sido hospitalizado. Tinha 85 anos. Mais uma lenda do cinema que morre, mas que se imortaliza para sempre na memória e no coração de seus fãs.

Como Anthony Curtis: 1949 - How to Smuggle a Hernia Across the Border de Jerry Lewis (filme desconhecido sem confirmação). Almas Abandonadas (City Across the River, de Maxwell Shane). A Viciada (The Lady Gambles, de Michael Gordon). Baixeza (Criss Cross, de Robert Siodmak), Traficantes da Morte (Johnny Stool Pigeon de William Castle).
Como Tony Curtis em diante: Os Cavaleiros da Bandeira Negra(Kansas Raiders, de Ray Enright).

1952 - Tormento da Carne. Flesh and Fury de Joseph Pevney). E o Noivo Voltou (No Room for the Groom de Douglas Sirk). O Filho de Ali Baba(Son of Ali Baba de Kurt Neumann).
1953 - Houdini, o Homem Miraculoso (Houdini, de Rudolph Maté). Alma Invencível. (The All American de Jesse Hibbs). Lábios que Mentem(Forbidden, de Rudolph Maté). Cabeça de Praia (Beachhead de Stuart Heisler ).
1954 - A Um Passo da Derrota (Johnny Dark, de George Sherman). O Escudo Negro de Falworth (The Black Shield of Farworth, de Douglas Sirk).


1956 - Trapézio (Trapeze de Carol Reed).
1957- Hienas do Pano Verde (Mister Cory, de Blake Edwards). A Embriaguês do Sucesso (Sweet Smell of Sucess, de Alexander McKendrick). Os Olhos do Padre Tomasino (The Midnight Story, de Joseph Pevney).
1958 - Vikings, Os Conquistadores (The Vikings, de Richard Fleischer). Só Ficou a Saudade (Kings Go Forth, de Delmer Daves. Acorrentados (The Defiant Ones, de Stanley Kramer). De Folga Para Amar (The Perfect Furlough, de Blake Edwards)


1962 - Taras Bulba (Idem, de J. Lee Thompson). Vinte Quilos de Confusão (40 Pounds of Trouble, de Norman Jewison).
1963 - A Lista de Adrian Messenger (The List of Adrian Messenger, de John Huston). Pavilhão 7 (Captain Newman M.D. de David Miller).

1965 - A Corrida do Século (The Great Race, de Blake Edwards). Boeing Boeing (Idem de John Rich).
1966 - A Câmara dos Horrores (Chamber of Horrors, de Hy Averback , sem crédito). Com Minha Mulher, não Senhor (Not With My Wife, You Don’t , de Norman Panama). Um Marido de Morte (Arriverdeci , Baby! ouDrop Dead Darling, de Ken Hughes).

1967 - Não Faça Ondas (Don’t Make Waves, de Alexander MacKendrick)
1968 - O Cinturão da Castidade (La Cintura di Castitá, de Pasquale Festa Campanile). O Bebê de Rosemary (Rosemary’s Baby, de Polanski, só voz). O Homem que Odiava as Mulheres (The Boston Strangler, deRichard Fleischer).
1969 - Os Intrépidos Homens e seus Calhambeques Maravilhosos (Monte Carlo or Bust, de Ken Annakin).
1970 - Corruptos e Sanguinários (You Can’t Win’em All, de Peter Collinson). Vamos Fazer a Guerra (Suppose they Gave a War and Nobody Came, de Hy Averback).

1971/72 - The Persuaders (série de TV).
1973 - A Terceira Garota da Esquerda (The Third Girl on the Left, TV, de Peter Medak).
1975 - O Conde de Monte Cristo (The Count of Monte Cristo, de David Greene, TV). Lepke, o Assassino (Lepke, de Monahem Golan).
1976 - O Último Magnata (The Last Tycoon, de Elia Kazan).
1977 - Casanova & Cia (Idem, de Franz Antel).
1978 - Sextette a Grande Estrela (Sextette, de Ken Hughes). Manitou - O Espírito do Mal (The Manitou, de William Girdler). A Garotada vai ao Japão(The Bad News Bears Go to Japan, de John Berry).
1979 - Erro Fatal (Title Shot, de Les Rose). 1980 - Tremenda Enrascada(It Rained All Night the Night I Left, de Nicolas Gessner). A Maldição do Espelho (The Mirror Crack’d, de Guy Hamilton).

1982 - Othello, El Comando Negro, de Max Boulolis.
1983 - Where is Parsifal?, de Henri Belman. Brainwaves, de Ulli Lommel.
1985 - Malicia Atômica (Insignificance, de Nicolas Roeg).
1986 - Balboa (Idem), de James Polakof. A Princesa da Máfia (The Mafia Princess, TV, de Robert E. Collins). O Rei da Cidade (Club Life, de Norman Vane). Banter, de Hervé Achuel. Tragédia em Três Atos (Murder in Three Acts, de Gary Nelson, TV).
1987 - O Piano Mágico, de Sparky (Sparky’s Magic Piano, só voz).
1988 - Der Passagier - Welcome to Germany de Thomas Brasch.
1989 - Charlie (TV, de Jack Bender). O Fim do Planeta Marte (Lobsterman from Outer Space, de Stanley Sheff). As Aventuras de Tarzan em Nova York (Tarzan in Manhattan, TV, de Michael Schultz). Midnight, de Norman Vane. Walter & Carlo I Amerika, de Stephensen e Mikkelsen.

1990 - Thanksgiving Day (TV), de Gino Tanascecu.
1991 - Alvo Mortal (Prime Target, de Heavener e Phillip J. Roth).
1992 - Um Natal Diferente (Christmas in Connecticut, de Arnold Schwarzenegger, TV). Trama da Lei (Center of the Web, de David A. Prior).
1993 - Vingança Eterna (The Mummy Lives, de Gerry O’Hara). Nu em Nova York (Naked in New York, de Daniel Algrant).
1994 - Bandit contra o Crime Organizado (Bandit: Beauty and the Bandit, TV, de Hal Needham),
1995 - Os Imortais (The Immortals, de Brian Grant).
1997 - Brittle Glory, de Stewart Schill. Caçadores de Perigo (Hardball, de George Eschbamer).
1998 - Stargames, de Greydon Clark. Lois & Frank, de Alexander Rockwell.
1999 - Por uma Boa Briga (Play it to the Bone, de Ron Shelton).
2002 - Reflections of Evil, de Damon Packard. 2007 - The Blacksmith and the Carpenter (so voz).
2008 - David and Fatima, de Alain Zaloum.
2011 - Morella
Cara, ótimo post. Muito bacana e bem feito, Tony Curtis era um excelente ator!
ResponderExcluirObrigado por seguir e linkar meu blog, tbm estou te seguindo e linkando.
Abs.
cigarrosefilmes.blogspot.com
Ótima retrospectiva sobre a vida e a carreira de Tony Curtis.
ResponderExcluirObrigada pela visita ao meu blog e por linkar o endereço aqui.
Já linkei seu endereço no meu blog e sempre que puder passarei por aqui.
Abraço
Obrigado a vcs, Hugo e Alan
ResponderExcluirGrande abraço aos dois
Paulo Néry
PAULO EXCELENTE MATÉRIA A RESPEITO DE TONY CURTIS.O TONY NÃO É SOMENTE UM GRANDE ATOR, ELE É UM EXCELENTE COMEDIANTE... NOS ANOS 60 QUANDO AINDA ERA UM MENINO,DURANTE A SUA PASSAGEM POR SÃO PAULO, DEPOIS ELE EMBARCARIA PARA ARGENTINA, ONDE FILMARIA TARAS BULBA, LI NOS JORNAIS QUE TONY CURTIS IRIA SE APRESENTAR NO LUXOSO CINE MARROCOS. NÃO TIVE DÚVIDAS, COLOQUEI O MEU TERNO PRINCIPE DE GALES E UMA BELA GRAVATA E FUI AO CINE MARROCOS PARA VER E PEGAR UM AUTÓGRÁFO, DO GRANDE TONY CURTIS. MAS NÃO CONSEGUI,PORQUE A MULHERADA AVAÇOU NO TONY, E OS SEGURANÇAS TIVERAM QUE ENTRAR EM AÇÃO... O MAXIMO QUE CONSEGUI FOI FICAR BEM PERTINHO DA JANET LEIGH, SENTIR O SEU DELICIOSO PERFUME, E PEGAR AUTÓGRAFOS DO AURORA DUARTE,DO HARRY STONE, DA RUTH DE SOUZA,DO CYL FARNEY, DA EVA VILMA E DO JOHN HEBERT. O TEMPO PASSOU E ACABEI FICANDO MUITO AMIGO DO TONY, CONSEGUINDO VÁRIAS FOTOS AUTOGRAFADAS DELE, E TAMBÉM DA MARAVILHOSA JANET LEIGH...MAS ESSA É UMA OUTRA HISTÓRIA...
ResponderExcluirSaudações Eddie.
ExcluirMeu amigo, eu curto ouvir histórias como esta. Diria que vc é um privilegiado por não somente viver neste tempo de ouro, como também estar perto destes ídolos. Eu já sou de uma geração posterior que só curtia ver estes astros e estrelas na "Sessão da tarde" pela TV, e isso quando podia, mas não deixava nunca de acompanhá-los.
Sei que Tony esteve em São Paulo e aqui no Rio de Janeiro, mas não era nascido. Janet Leigh, apesar de não considerá-la uma grande atriz de talento, era carismática e lindinha e dá prazer vê-la em cena, e na minha opinião, acho que vc se deu bem, afinal, o que é melhor, ficar perto da Janet ou do marido dela??? rsrsrs brincadeira, seria bom também ficar bem perto destes dois ícones dos tempos áureos do cinema.
Um dia nos conte mais!
Abraços
Paulo Néry
Só posso acrescentar.......SENSACIONAL!!!!!
ResponderExcluirObrigada Paulo Telles por mais este presente tão valioso para todos que curtem cinema. Ótimo trabalho!
Eu que agradeço a vc, Marlene. Vc é a mais nova amiga do espaço. Abraços do editor.
ExcluirTONY CURTIS FOREVER AND EVER!
ResponderExcluirO INDIO QUE O TONY BRILHANTEMENTE INTERPRETOU NO ÓTIMO FILME O SEXTO HOMEM,SE CHAMA IRA HAMILTO HAYES...IRA FOI DOS HERÓIS QUE COLOCOU A BANDEIRA AMERICANA EM YWO JIMA!
Obrigado amigo Edivaldo, mais um para registro!
ExcluirAbraços nobres!
Uma particularidade que bem poucos se recordam: quando o excelente e saudoso Curtis esteve no Rio, vindo de São Paulo com sua esposa Janet, os dois que eram tão simples e simpáticos, desembarcaram do trem Vera Cruz, na gare da Central do Brasil, provocando com sua presença, enorme rebuliço, tanto no saguão quanto fora do terminal, acenando e cumprimentando a todos
ResponderExcluirque os abordavam... Essa, a grande recordação que tenho dos dois grandes atores.
Uma pequena curiosidade que bem poucos se recordam sobre o casal Curtis: no já findo ano de 61, estiveram os dois em visita ao Rio, quando simpaticamente, vindos de Sampa, desceram do trem Vera Cruz, na gare da Central do Brasil, provocando em sua passagem pela saguão desta, um enorme rebuliço, quando acenavam e cumprimentavam a todos que os abordavam, e muito mais, já fora do terminal! Realmente, um casalzinho bem agradável aqueles Curtis. Saudades...
ResponderExcluir