MEUS
DOIS CARINHOS e LÁBIOS DE FOGO
Rita estrelou duas produções de destaque em 1957: Lábios de Fogo (Fire Down Below) e Meus Dois
Carinhos (Pal Joey).
 |
Entre Robert Mitchum e Jack Lemmon: LÁBIOS DE FOGO (1957). |
Lábios de Fogo, dirigido por Robert Parrish
(1916-1995) traz Rita num triangulo amoroso entre Robert Mitchum (1917-1997) e
Jack Lemmon (1925-2001), onde no papel da enigmática Irena, aos 39 anos esbanja
mais uma vez sensualidade com seus números de dança.
 |
Entre Frank Sinatra e Kim Novak: MEUS DOIS CARINHOS (1957). |
Em Meus Dois Carinhos
(Pal Joey, 1957), Rita Hayworth
dividiu as honras estrelares com Frank Sinatra (1915-1998) e Kim Novak, duas
grandes atrações de bilheteria em 1957, com Novak já realçada como a nova
Rainha da Columbia, assumindo o trono ocupado pela própria Rita, após o
espetacular debut em Férias de Amor (Picnic, 1955), ao lado de William Holden, sob a direção de Joshua
Logan (1908-1988).
Entretanto, com a escolha de Frank Sinatra para o papel de
Joey Evans, surgiu um problema: qual dos três espetaculares nomes famosos
encabeçaria o elenco? O próprio The Voice
deu a solução declarando:
- O direito de ter o
nome em primeiro lugar pertence à Rita Hayworth. Ela é a Columbia Pictures e
sempre será. Ninguém desconhece que o estúdio tornou-a uma estrela, mas é bom lembrar
que foi ela quem deu à Columbia seu atual status.
 |
Com MEUS DOIS CARINHOS (1957), terminou a fase "Deusa do Amor" de Rita Hayworth. |
O filme constituiu-se um grande sucesso. O número musical Bewtiched, Bothered and Bewildered foi deliberadamente montado para recordar ao público
a famosa pin-up-girl Rita,
mostrando-a reclinada numa cama, dançando no banheiro e livrando-se das dúvidas
tomando um banho de chuveiro.Com
Meus Dois Carinhos, encerrou-se a
fase “Deusa do Amor” de Rita Hayworth, iniciada em 1941, com Ao Compasso do Amor.
MAIS
DOIS CASAMENTOS
Após o divórcio com Ali Khan (morto num grave acidente de
carro na França em 1960), a vida afetiva de Rita Hayworth foi envolvida com
inúmeros romances e casos passageiros, entre os quais com o ator Kirk Douglas e
o cantor Bob Savage. Então conhece Dick Haymes, veterano cantor que fazia
sucesso no rádio e no cinema, de origem argentina. Ele já havia se casado três
vezes e era mal visto como gigolô. Argentino de nascimento, Haymes enfrentava
sérios problemas com a justiça americana por não ter prestado o serviço
militar, e com risco de ser deportado. Muitos acharam que em má situação
financeira, Haymes seria sustentado por Rita, que imediatamente repeliu os
comentários: “Meu marido me sustenta e as
minhas filhas, além de cumprir as suas obrigações. Tenho cara a de quem chegou
ao ponto de ter que sustentar um homem?
 |
Rita durante o casamento com Dick Haymes, seu quarto marido. |
Para resolver a situação complicada de Haymes, ele e Rita se
casam no dia 24 de setembro de 1953, no Hotel Sands, em Las Vegas, onde o
cantor se apresentava todas as noites. Mas as dificuldades financeiras do casal
são enormes, e para complicar ainda mais, Haymes é preso por não pagar pensão
alimentícia à primeira esposa. Rita chegou a ser agredida com um soco no olho
em um momento de embriaguez de Haymes. Durante este período, a atriz perdeu a
guarda de suas duas filhas. Em menos de dois anos, o casal estava separado,
iniciando o processo de declínio da estrela, começando a recorrer ao álcool.
 |
Com Burt Lancaster em VIDAS SEPARADAS (1958). |
Tão logo terminam as filmagens de Meus Dois Carinhos, Rita começou a sair com James Hill, um
solteirão de 41 anos, sócio de Harold Hetch e Burt Lancaster na produtora
Hetch- Hill – Lancaster. Hill estava na lista dos solteirões mais cobiçados de
Hollywood na ocasião, e ofereceu a Rita Hayworth o papel da sexualmente
atormentada esposa de Burt Lancaster (1913-1994) em Vidas Separadas. Em vez de recusar o papel – como Hill imaginou que
faria – Rita aceitou contente e mais tarde diria:
-Era o tipo de papel
que eu vinha esperando a vida inteira que me oferecessem.
 |
Com Deborah Kerr: VIDAS SEPARADAS (1958). |
Com o nome acima daqueles de Deborah Kerr, David Niven, Burt
Lancaster e Wendy Hiller, Rita iniciou a terceira e última fase da carreira, a
fase de Supestar. Um dos filmes mais
memoráveis de 1958, Vidas Separadas proporcionou a David Niven (1910-1983) e
Wendy Hiller (1912-2003) os Oscars nas categorias de Melhor Ator e Melhor Atriz
Coadjuvante.
 |
Rita e seu quinto e último marido, o produtor James Hill. |
Em tranquila cerimonia em sua casa, em Beverly Hills, a 2 de
janeiro de 1958, Rita se tornou a Senhora James Hill, casamento que durou até
setembro de 1961. Pediu divórcio a Suprema Corte de Santa Monica, alegando que
o marido “estava mais interessado nos negócios do que no casamento e na vida
familiar” e que ele “afirmou em voz alta que ela não era uma mulher bonita”.
Recusou qualquer tipo de pensão ou compensação monetária, declarando que
somente queria sua liberdade. Assim ela declarou:
- Eu não queria cinco
maridos, mas já que aconteceu, esta tudo bem!
Quando um entrevistador perguntou-lhe a quantos maridos uma
mulher deveria se limitar, ela respondeu:
- Pelo menos seis,
imagino: Mas para mim é realmente muito difícil dizer, uma vez que 17 sempre
foi meu número da sorte.
HERÓIS
DE BARRO E O MUNDO DO CIRCO
O chefão da Columbia Harry Cohn morreu a 27 de fevereiro de
1958. Rita jamais gostou dele e não fazia segredo disso. Mas sempre foi honesta
o bastante para admitir que nunca pudesse ter sido estrela de primeira grandeza
se não fosse o seu apoio:
- Assinei contrato com
Harry Cohn quando ainda nem tinha 20 anos. Fui suspensa tantas vezes que perdi
a conta. Embora não possa provar, acho que Harry tinha todos os camarins sob
controle e sabia de tudo que se passava dentro deles. E mesmo nos tempos em que
eu era sua maior atração de bilheteria, ainda tinha de cumprir horário. Querem
saber de uma coisa sobre ele? Creio que, se algum dia chegou a se apaixonar por
alguém, esteve apaixonado por mim.
 |
Rita e seu Harry Cohn. |
Com a morte de Cohn, a rescisão do contrato de Rita Hayworth
com a Columbia já estava assinada. Ele nunca seria renovado. A atriz é relegada
a segundo plano de forma ainda mais evidente no último filme que faz para o
estúdio, Heróis de Barro (They Came to Cordura, 1959), de Robert
Rossen (1908-1966). Pela primeira vez na carreira, Rita aparece sem maquiagem,
envelhecida, e num papel secundário em relação ao astro Gary Cooper
(1901-1961), cujo status também não ajudou no êxito do filme.
 |
Com Gary Cooper em HERÓIS DE BARRO (1959). |
Seguiram-se outros dois filmes também que nada representaram
para a filmografia da atriz: Drama da
Página Um (1960) e o confuso O Sétimo
Mandamento (1962).
 |
Com John Wayne em O MUNDO DO CIRCO (1964). |
O Mundo do Circo (Circus
Word, 1964) parecia uma cópia europeia de O Maior Espetáculo da Terra (1952), de Cecil B. DeMille, enredando uma
história de desencontros amorosos e familiares com o circo como pano de fundo,
envolvendo uma tragédia que estimula a todos os personagens na famosa tradição
de que o show deve continuar. Rodado na Espanha e estrelado por
John Wayne (1907-1979), Rita Hayworth faz a mãe de Claudia Cardinale, e pelo
papel, concorreu ao Globo de Ouro. Rita,
aos 46 anos, ainda esbanjava beleza, se tornando mais humana e melhor atriz com
o tempo, muito embora seja penoso pensar que grande parte de suas atuações de
qualidade foram motivadas por seu alcoolismo. Já nessa época, a atriz já vinha
sofrendo os primeiros sintomas do Mal de Alzheimer.
 |
Rita, madura mas ainda muito bela em O MUNDO DO CIRCO (1964). |
Projeto para ser dirigido por Frank Capra com produção do
mega-produtor (a beira da falência) Samuel Bronston (1908-1994) – o mesmo que
levou para as plateias os superespetáculos Rei
dos Reis (1961), El-Cid (1961), 55 Dias em Pequim (1963), e A Queda do Império Romano (1964) – mas
que acabou sob a direção de Henry Hathaway (1898-1985).
 |
Com Claudia Cardinale: O MUNDO DO CIRCO (1964). |
O
Mundo do Circo consumiu
vários milhões de dólares na produção e fabulosas verbas de publicidade no seu
lançamento, mas os resultados foram um mega-desastre
de proporções irreparáveis, levando de vez a ruina definitiva o extravagante
produtor Bronston.
O
CREPÚSCULO DE UMA DEUSA.
Após
cinco casamentos fracassados e de uma relação aberta e mal sucedida com o ator
Gary Merrill (1915-1990), ex-marido de Bette Davis, Rita Hayworth passa a ter
crises de depressão, o que a afastaria cada vez mais das telas. Nessa época,
tentou fazer carreira no teatro, mas com depressão aguda precisou ser internada
numa clínica.
 |
Rita com Trevor Howard: O ÓPIO TAMBÉM É UMA FLOR (1965). |
Em
1965, ainda tenta provar que seu nome permanece respeitado, e participa de O Ópio é uma Flor (The Poppy Is Also a Flower), que reuniu um elenco All-Star (Senta
Berger, Angie Dickinson, Yul Brynner, Stephen Boyd, etc...). No ano seguinte,
atuou pela última vez ao lado do amigo Glenn Ford, em Dinheiro é Armadilha (The
Money Trap), ofuscando totalmente a estrela do filme, Elke Sommer. Mesma
decadente, a estrela de Rita ainda brilha.
 |
Com Rossana Schiaffino e Anthony Quinn: O HERÓICO LOBO DO MAR (1967), filme lançado nos
Estados Unidos somente em 1971. |
Depois de fazer com Anthony Quinn (1915-2001) o Heróico Lobo do Mar (The Rover), de Terence Young, em 1967,
Rita ficou inativa por dois anos. Volta ao cinema em 1969 para substituir Joan
Crawford (que estava doente) como a mãe de Giuliano Gemma no filme italiano Os Bastardos (I Bastardi), trabalhando a
seguir em mais uma produção europeia, A
Trilha de Salina (Road to Salinas),
em 1971.
 |
Com Frank Langella: A IRA DIVINA (1972). |
A
Ira Divina (The Wrath of God, 1972), produção
independente distribuída pela MGM foi o canto de cisne de Rita Hayworth, após
37 anos de carreira no cinema. Foi o amigo Robert Mitchum, astro do filme, que
conseguiu incluí-la no elenco. Ela deu tudo de si na interpretação e mostrou-se
esplendida, com uma beleza madura e uma autoconfiança invejável. Mas ela já é
um brilho crepuscular.
FILMES
QUE NÃO FEZ
Rita Hayworth deixou de atuar em alguns filmes que seriam
importantíssimos para sua carreira, como se verifica a seguir.
 |
Publicidade do famoso sabonete LUX com Rita Hayworth, anos 1940. |
LORNA HANSON
(Lorna Hanson, 1948) – Western
preparado para Rita com base em um roteiro antigo que Harry Cohn desengavetou e
que planejava coloca-la com Randolph Scott e William Holden. Mas com a opção
da atriz em rodar com o ex-marido Orson Welles A Dama de Shangai, ela recuou do
projeto.
NASCIDA ONTEM (Born
Yesterday, 1950) – Harry Cohn adquiriu os direitos da peça por um milhão de
dólares especialmente para Rita Hayworth. Mas o papel de Billie Dawn acabou nas
mãos de Judy Holliday.
DESEJO HUMANO (Human
Desire, 1954) – Refilmagem da obra de Emile Zola La Bête Humaine, com Glenn Ford e Broderick Crawford, sob a direção
de Fritz Lang. Seria mais um filme com o par Ford/Rita se esta não fosse
suspensa pela Columbia por indisciplina, e a atriz foi substituída por Gloria
Grahame.
JOSÉ E SEUS IRMÃOS (Joseph
and His Brethren) – Com o embalo dos filmes épicos bíblicos em Hollywood, o
chefão da MGM Louis B. Mayer iria produzir especialmente este filme em 1954
para ser distribuído pela Columbia. Mas nenhum trabalho foi iniciado por conta
da recusa de Harry Cohn a co-financiá-lo, porque Rita queria Orson Welles e
Dick Haymes (dois dos seus ex-maridos) como co-stars e Cohn não aceitou.
 |
Na divulgação do filme SALOMÉ (1953), uma empresa de maiôs lançou um modelo exclusivo, com Rita como Garota-Propaganda. |
A UM PASSO DA
ETERNIDADE (From Here to Eternity, 1953) – Rita recusou
o papel de Karen Holmes por não conseguir que a Columbia atrasasse a filmagem e
permitisse suas férias após o término de A
Mulher de Satã, então em locações no Havaí. Após igual recusa de Joan
Crawford, o papel foi oferecido à inglesa Deborah Kerr, que aceitou e seu
excelente desempenho permitiu-lhe que fosse indicada pela Academia na categoria
de Melhor Atriz.
A CONDESSA DESCALÇA (Bareffot Contessa, 1954) – Papel perfeito
para Rita, mas recusou por sentir que havia muito em comum com a personagem
interpretada por Ava Gardner e sua própria vida.
 |
Com o lendário Jorginho Guinle no Rio de Janeiro, carnaval de 1962. |
RITA
NO BRASIL.
Rita Hayworth esteve no Brasil em duas ocasiões, em 1962 e em
1976. Convidada por Jorginho Guinle (1916-2004) passou em Brasília e no Rio de
Janeiro o carnaval de 1962. O Brasil vivia o curto governo parlamentarista de
João Goulart e Tancredo Neves era o Primeiro-Ministro. Tancredo posou ao lado
da atriz para uma foto e estava feliz e descontraída. Mais tarde, o político
declarou sobre Rita:
- É uma Lady. Não parece nada aquela mulher quente na tela.
 |
Rita como "Porta Bandeira" na quadra da Escola de Samba de Madureira, Carnaval Rio de Janeiro, 1962. |
Rita ainda voltaria ao Brasil em 1976, para rever Jorginho e
outros amigos. Recebeu o mais famoso Playboy
brasileiro que já existiu na suíte 416 do Copacabana Palace, com um efusivo “Jorge,
Love oh Jorge!”.
A
DOENÇA E OS ÚLTIMOS ANOS.
Rita tentou voltar ao cinema depois de A Ira Divina (1972). Foi convidada para uma produção inglesa da
televisão, mas foi despedida e substituída por Kim Novak, com quem trabalhou em
Meus Dois Carinhos (1957). Tentou mais
uma vez o teatro sem sucesso, onde iria ser a principal personagem no musical Applause, mas não conseguia memorizar os
diálogos e as letras das canções, sendo substituída às pressas por Lauren
Bacall.
 |
Rita em 1976 |
Em 1977, Rita voltou a ser o centro das atenções nas páginas
dos jornais, quando fora internada num hospital psiquiátrico, por causa de “distúrbios
mentais produzidos pelo álcool”. Por conta disso, ela foi proibida
temporariamente de administrar seus bens. A filha Yasmin ficou ao lado dela, e
velhos amigos como Glenn Ford e o ex-marido Orson Welles se dispõem a ajuda-la.
Pelo menos a atriz pôde conservar amigos que a ampararam nos momentos difíceis,
ao contrário de outras estrelas, que terminaram as vidas irremediavelmente
sozinhas.
 |
Rita e Glenn Ford em 1983. |
Quem a viu depois de sair da
internação diz que Rita ainda mantinha um pouco do brilho dos velhos tempos.
Mas o processo de decadência e autodestruição já era irreversível. Era o fim
melancólico da mulher amada, invejada e idolatrada pela beleza que possuía,
pelo talento nunca muito bem explorado, e pelas paixões que provocou.
 |
Infeliz contraste: Rita nos áureos tempos e o amargor dos seus últimos anos. |
Em 1981, durante uma festa na mansão de Frank Sinatra, num
dos raros momentos de lucidez que teve, Rita comentou que nunca havia se
arrependido de nada do que tinha feito na vida. Em 1983, a imprensa informa que o alcoolismo levava Rita a
loucura, e que ela estava internada num hospício da Califórnia. Mas a verdade
não foi essa. Depois de dois anos de tratamento, fica confirmado que ela esta
com o Mal de Alzheimer, que provoca a deterioração das células cerebrais. Não
se sabe se a causa da doença foi o alcoolismo ou os fortes e frequentes traumas
emocionais, ou quem sabe, ambos.
 |
Rita e a filha Yasmin, década de 1980. |
Yasmin, a filha de Rita, estava se divorciando em 1986 e declarou
para a imprensa francesa que a partir daquele momento a atenção para com a mãe
seria exclusiva e que seu único interesse era de cuida-la. Sem sair de casa,
Rita perambulava pelos quartos e salas e falava com os móveis como se fossem
seres humanos. Amargo destino de uma deusa da tela. Perdeu a fala e a memória
em pouco tempo. Rita Hayworth morreu em 14 de maio de 1987, aos 68 anos, no
apartamento da filha Yasmin, em Nova York.
 |
As filhas Rebecca (sentada) e Yasmin, durante os funerais da mãe. |
As cerimonias fúnebres foram realizadas em Beverly Hills, Los
Angeles, na Igreja do Bom Pastor, toda florida. Ouviram-se temas de musicais de
filmes famosos dos anos de 1940 e 50, em execução de uma orquestra de cordas
durante missa de corpo presente. O evento foi celebrado pelo Padre Peter
Hailey, que a certo momento, pegou o livro O
Profeta, de Khalil Gibran, revelando que pertencia a atriz. E leu uma frase
que fora sublinhada pela própria Rita: Sou
o coração de Deus. Nos bancos, atentas e chorando, as filhas Rebecca e
Yasmin.
 |
Entre as celebridades presentes no sepultamento de Rita, Glenn Ford e Ricardo Montalban, que ajudam a carregar o caixão. |
Cerca de 800 pessoas lotaram a igreja, enquanto do lado de
fora, estavam outras 100, na maioria jornalistas cobrindo o funeral. Glenn
Ford, Ricardo Montalban, Cesar Romero, e Anthony Franciosa carregaram o caixão
coberto de rosas, lírios e tulipas, que foi transportado para Culver City, a
fim de ser sepultado no Cemitério de Santa Cruz.
 |
Sepultamento de Rita Hayworth, maio de 1987. |
De todas beldades mitológicas da Sétima Arte, Rita Hayworth
foi a que, na vida real, menos se pareceu com a imagem projetada pelo cinema.
Nunca se achou um mulherão, e não
acreditava na adoração dos fãs e dos muitos e muitos namorados. Odiava, antes
de tudo, a imagem de dançarina sensual e símbolo sexual.
 |
A eterna e última morada da Diva, no Cemitério da Sagrada Cruz (Holy Cross), em Culver City, Califórnia. |
Foi uma bela mulher, mas tão bela que se tornou um dos maiores
mitos do cinema americano. E abrasadoramente sensual e caliente como o sangue espanhol que lhe corria nas veias. Quem
faleceu no dia 14 de maio de 1987 foi Margarita Carmen Cansino. Rita Hayworth é
imortal e eterna. É da atriz esta declaração feita em 2 de março de 1972:
- Fui uma das primeiras
mulheres emancipadas, antes que a coisa se transformasse em moda. Tive que
lutar por tudo que conquistei e, todavia, permaneci sempre e intrinsecamente
mulher.
Rita ainda deixou uma frase lapidar que não pode deixar de
ser reproduzida por qualquer um que resolva escrever sobre a eterna Deusa do
Amor:
- Os homens se
apaixonam por Gilda. Mas dormem e acordam comigo.
FILMOGRAFIA
Como RITA CANSINO
SOB O LUAR DOS PAMPAS/Under The Pampas Moon
(1935 - Fox Film, Direção: James Tinling). Com Warner Baxter, Ketti Gallian, J.
Carrol Naish, Rita Cansino, Tito Guizar.
CHARLIE
CHAN NO EGITO/Charlie Chan in Egypt (1935- Fox Film. Direção: Louis King). Com
Warner Oland, Pat Patterson, Thomas Beck, Rita Cansino.
A NAVE DE SATÃ/Dante’s Inferno (1935 – Fox
Film. Direção: Harry
Lachman). Com Spencer Tracy, Claire Trevor, Henry B Walthall, Don Ameche, Rita
Cansino, Jack Porter.
PERDIDA NA METRÓPOLE/Paddy o’ Day (1935 –
Fox Film. Direção: Louis Seller) Com Jane Withers, Pinky Tomlin, Rita Cansino,
Jane Darwell, George Givot.
 |
Ainda como Rita Cansino, atuando com Brian Donlevy: CARGA HUMANA (1936). |
CARGA
HUMANA/Human Cargo (1936 – 20th Century Fox. Direção: Allan Dwan). Com Claire
Trevor, Brian Donlevy, Ralph Morgan, Rita Cansino.
A ASTÚCIA DE NERO WOLFE/Meet Nero Wolfe
(1936 – Columbia. Direção:
Herbet Biberman). Com Edrward Arnold, Joan Perry, Lionel Stander, Victor Jory,
Rita Cansino.
A TENTADORA/Rebellion (1936 – Crescente
Pictures. Direção: Lynn Shores). Com Tom Keene, Rita Cansino, Duncan Renaldo, Jack
Ingran.
BARULHO
NO TEXAS/Trouble In Texas (1937. Grand National. Direção: Robert N. Bradbury).
Com Tex Ritter, Rita Cansino, Yakima Canutt, Charles King.
 |
Com o lendário cowboy Tex Ritter: BARULHO NO TEXAS (1937). |
A RAINHA DE LOUISIANA/Old Louisiana. (1937.
Crescent. Direção: Irwin Willat). Com Tom Keene, Rita Cansino, Robert Fiske,
Budd Buster.
SOBERANOS
DA SELA/Hit The Saddle. (1937. Direção: Mark Wright). Com Robert Livingston,
Ray Corrigan, Max Terhune, Rita Cansino.
Como
RITA HAYWORTH
·
CRIMINOSOS
DO AR/Criminals of The Air (1937. Columbia. Direção: Charles C. Colerman). Com
Rosalind Keith, Charles Quigley, Rita Hayworth, Marc Lawrence.
·
JOGO
DE SAIAS/Girls Can Play (Columbia. 1937. Direção: Lambert Hillyer). Com
Jacqueline Wells, Charles Quigley, Rita Hayworth, Guinn Williams.
·
A SOMBRA DA MORTE/The Shadow (Columbia. 1937. Direção: Charles C. Colerman). Com Rita
Hayworth, Charles Quigley, Marc Lawrence, Arthur Loft, Dick Curtis.
 |
Já como Rita Hayworth, em A SOMBRA DA MORTE (1937). |
JOGO
QUE MATA/The Game That Kills (Columbia. 1937. Direção: D. Ross Lederman). Com
Charles Quigley, Rita Hayworth, Jacqueline Wells, Ralph Byrd.
·
LUZES DA ACUSAÇÃO/Who Killed Gali Preston? (Columbia.
1938. Direção: Leon Barsha). Com Don Terry, Rita Hayworth, Robert Paige.
·
SEMPRE
A MULHER/There’s Always a Woman (Columbia. 1938. Direção: Alexander Hall). Com
Joan Blondell, Melvyn Douglas, Mary Astor, Francis Drake, Rita Hayworth.
·
SACRIFÍCIO DE IRMÃ/Convicted (Columbia. 1938.
Direção: Leon Barsha). Com Charles Quigley, Rita Hayworth, Marc Lawrence,
George McRay.
 |
Com Paul Kelly (de chapéu): FILHAS DO DESPREZO (1939). |
FILHAS DO DESPREZO/Juvenile Court (1939.
Columbia, 1938. Direção: D. Ross Lederman). Com Paul Kelly, Rita Hayworth,
Frankie Darro, Dick Curtis, Edmund Cobb.
·
NO CAMPO INIMIGO/The Renegade Ranger (1939.
RKO- Radio. Direção: David
Howard) Com George O’ Brien, Rita Hayworth, Tim Holt, Bob Kortman.
·
O BRAÇO DA LEI/Homicide Bureau (1939. Columbia.
Direção: Charles C. Coleman). Com Bruce Cabot, Rita Hayworth, Robert Paige,
Marc Lawrence.
·
ÁLIBI
NUPCIAL/The Lone Wolf Spy Hunt (1939. Columbia. Direção: Peter Godfrey). Com
Warren William, Ida Lupino, Rita Hayworth, Ralph Morgan.
·
SPECIAL
INSPECTOR/Special Inspector (1939. Columbia. Direção: George Rhein). Com
Charles Quigley, Rita Hayworth, George McKay, Don Douglas.
·
PARAÍSO
INFERNAL/Only Abgels Have Wings (1939. Columbia. Direção: Howard Hawks). Com Cary
Grant, Jean Arthur, Thomas Mitchell, Rita Hayworth, Richard Barthelmess, John
Carroll.
 |
Com Tony Martin: MELODIAS DO MEU CORAÇÃO (1940) |
·
MELODIAS DO MEU CORAÇÃO/Music in My Heart
(1940. Columbia. Direção: Joseph Santley). Com Tony Martin, Rita Hayworth,
Edith Fellows, Alan Mowbray.
·
FLORISBELA QUER O DIVÓRCIO/Blondie on a
Budget (1940. Columbia. Direção:
Frank R. Strayer). Com Penny Singleton, Arthur Lake, Rita Hayworth, Larry
Simms.
·
UMA
MULHER ORIGINAL/Susan and God (1940. MGM. Direção: George Cukor). Com Joan
Crawford, Fredric March, Ruth Hussey, John Carroll, Rita Hayworth, Rose Hobart.
 |
A PROTEGIDA DO PAPAI (1940), primeiro filme em que ela teve Glenn Ford como seu par romântico. |
A PROTEGIDA DO PAPAI/The Lady In Question
(1940. Columbia. Direção: Charles Vidor). Com Brian Aherme, Rita Hayworth, Glenn Ford, Irene
Rich, Evelyn Keyes.
·
ANJOS
DA BROADWAY/Angels Over Broadway (1940. Columbia. Direção: Ben Hetch e Lee Garmes). Com Douglas Fairbanks Jr, Rita Hayworth, Thomas
Mitchell, John Qualen.
·
UMA LOURA COM AÇÚCAR/The Strawberry Blonde
(1941. Warner Bross.
Direção: Raoul Walsh), Com James Cagney, Olivia de Havilland, Rita Hayworth,
Alan Hale, George Tobias, Jack Carson.
·
VOLTA
PARA MIM/Affectionatelly Yours (1941. Warner Bross. Direção: Lloyd Bacon). Com
Merle Oberon, Dennis Morgan, Rita Hayworth, Ralph Bellamy, James Gleason.
·
SANGUE
E AREIA/Blood and Sand (1941. 20th Century Fox. Direção: Rouben
Mamoulian). Com Tyrone Power, Linda Darnell, Rita Hayworth, Nazimova, Anthony
Quinn, Laird Cregar, John Carradine.
 |
UMA LOURA COM AÇÚCAR (1941), com James Cagney e Olivia de Havilland. |
AO
COMPASSO DO AMOR/You’ll Never Get Rich (1941. Columbia. Direção: Sidney
Lanfield). Com Fred Astaire, Rita Hayworth, John Hubbard, Robert Benchley, Osa
Massen, Guinn Williams.
·
MINHA NAMORADA FAVORITA/My Gal Sal (1942. 20th Century Fox. Direção: Irving Cummings). Com Rita
Hayworth, Victor Mature, John Sutton, Carole Landis, James Gleason, Mona Maris.
·
SEIS DESTINOS/Tales of Manhattan (1942. 20th Century Fox. Direção: Jules Duvivier). Com
Charles Boyer, Rita Hayworth, Ginger Rogers, Henry Fonda, Charles Laughton,
Edward G. Robinson.
·
BONITA COMO NUNCA/You Were Never Lovelier
(1942. Columbia. Direção: William A. Seiter.) Com Fred Astaire, Rita Hayworth,
Adolphe Menjou, Leslie Brooks, Adele Mara, Xavier Cugat e sua Orquestra.
·
MODELOS/Cover Girls (1944. Columbia.
Direção: Charles Vidor). Com
Rita Hayworth, Gene Kelly, Phil Silvers, Jinx Falkenburg, Leslie Brooks, Eve
Arden.
 |
Com Victor Mature: MINHA NAMORADA FAVORITA (1941). |
O CORAÇÃO DE UMA CIDADE/Tonight and Every
Night (1945. Columbia. Direção: Victor Saville). Com Rita Hayworth. Lee Bowman, Janet Blair, Marc Platt, Leslie Brooks.
·
GILDA/Gilda (1946. Columbia. Direção: Charles
Vidor). Com Rita Hayworth,
Glenn Ford, George MacReady, Joseph Calleia, Steve Geary, Joseph Sawyer, George
Lewis.
· QUANDO OS DEUSES AMAM/Down to Earth (1947.
Columbia. Direção: Alexander
Hall). Com Rita Hayworth, Larry Parks, Marc Platt, Roland Culver, James
Gleason, Edward Everett Horton, Adele Jergens, George MacReady.
·
A
DAMA DE SHANGAI/The Lady of Shangai (1948. Columbia. Direção: Orson Welles).
Com Rita Hayworth, Orson Welles, Everett Sloane, Glenn Anders, Ted de Corsia.
 |
Poster de GILDA (1946) |
OS
AMORES DE CARMEN/The Loves of Carmen (1948. Columbia. Direção: Charles Vidor).
Com Rita Hayworth, Glenn Ford, Victor Jory, Luther Adler, Arnold Moss, Margaret
Wycherly.
·
UMA VIUVA EM TRINIDAD/Afair In Trinidad
(1952. Columbia. Direção:
Vincent Sherman). Com Rita Hayworth, Glenn Ford, Alexander Scourby, Valerie
Bettis, Torin Thatcher.
·
SALOMÉ/Salome (1953. Columbia. Direção:
William Diertele). Com Rita
Hayworth, Stewart Granger, Charles Laughton, Judith Anderson, Alan Badel, Sir
Cedric Hardwicke, Rex Leason.
·
A MULHER DE SATÃ/Miss Sadie Thompson (1953.
Columbia. Direção: Curts Bernhardt). Com Rita Hayworth, Jose Ferrer, Aldo Ray,
Russell Colins, Diosa Costelo, Charles Bronson (Buchinsky).
 |
Com Robert Mitchum, durante uma folga das filmagens de LÁBIOS DE FOGO (1957). |
LÁBIOS DE FOGO/Fire Down Below (1957. Columbia. Direção: Robert Parrish). Com Rita Hayworth,
Robert Mitchum, Jack Lemmon, Herbert Lom, Bernard Lee, Edric Connor.
·
MEUS DOIS CARINHOS/Pal Joey (1957. Columbia.
Direção: George Sidney). Com Rita Hayworth, Frank Sinatra, Kim Novak, Barbara
Nichols, Elizabeth Patterson.
·
VIDAS
SEPARADAS/Separate Table (1958. Hetch-Hill-Lancaster/United Artists. Direção:
Delbert Mann). Com Burt Lancaster, Rita Hayworth, Deborah Kerr, David Niven,
Wendy Hiller.
·
HERÓIS
DE BARRO/They Came to Cordura (1959. Columbia. Direção: Robert Rossen). Com
Gary Cooper, Rita Hayworth, Van Heflin, Tab Hunter, Richard Conte, Michael
Callan.
 |
DINHEIRO É ARMADILHA (1965): Último filme com o amigo Glenn Ford. |
DRAMA
NA PÁGINA UM/The Story on Front Page (1960. The Company of Artists/20th
Century Fox. Direção: Clifford Odets). Com Rita Hayworth, Anthony Franciosa,
Gig Young, Hugh Griffith, Mildred Dunnock.
· O
SÉTIMO MANDAMENTO/The Happy Thieves (1962. Hillworth- United. Direção: George
Marshall). Com Rita Hayworth, Rex Harrison, Joseph Wiseman, Gregoire Aslan,
Alida Valli.
· O MUNDO DO CIRCO/Circus World (1964. Samuel Bronston – Paramount. Direção: Henry Hathaway) Com
John Wayne, Claudia Cardinale, Rita Hayworth, Lloyd Nolan, Richard Conte, John
Smith.
· O DINHEIRO É A ARMADILHA/The Money Trap
(1966. MGM. Direção: Burt
Kennedy). Com Glenn Ford, Elke Sommer, Rita Hayworth, Joseph Cotten, Ricardo
Montalban, James Mitchum.
· O ÓPIO TAMBÉM É UMA FLOR/The Poppy is also
a Flower. (1966. Comet
Filmes/United. Direção: Terence Young). Com Senta Berger, Yul Brynner, Stephen
Boyd, Angie Dickinson, Rita Hayworth, Marcello Mastroianni.
· O HERÓICO LOBO DO MAR/The Rover/L’
Avventureiro. (1967. Arco – Selmur/Cinerama. Direção: Terence Young). Com
Anthony Quinn, Rosana Schiaffino, Rita Hayworth, Richard Johnson. (filme
lançado nos cinemas americanos em 1971).
 |
Recebendo duplo beijo de Giuliano Gemma e Klaus Kinsky, na estreia de OS BASTARDOS (1969). |
OS BASTARDOS/Sono of Sâatan/I Bastardi
(1969. Warner/Seven Arts.
Direção: Duccio Tessari). Com Rita Hayworth, Giuliano Gemma, Klaus Kinski,
Margareth Lee, Claudine Auger.
·
A TRILHA DE SALINA/Road to Salina/ Sur La
Route de Salina (1971. Corona
Films- Arvco Embassy. Direção: Georges Lautner). Com Mimsy Parmer, Robert
Walker Jr, Rita Hayworth, Ed Bentley.
·
THE
NAKED ZOO/The Naked Zoo (1971. Films Artist. Direção: William Grefe). Com Rita
Hayworth, Fay Spain, Stephen Oliver.
 |
Com Robert Mitchum, durante intervalo de A IRA DIVINA (1972). |
A
IRA DIVINA/The Wrath of God (1972. Rainbow/Cinema Films/MGM.
Direção: Ralph Nelson). Com Robert Mitchum, Frank Langella, Rita Hayworth,
Victor Buono.
 |
A ETERNA DEUSA, NO CORAÇÃO E NA MENTE DOS FÃS.
FONTES
1- Revista Cinemin nº 64 – Agosto/Setembro
1990
2- Enciclopédia Astros e Estrelas –
Editora Nova Cultural/1984
3- Jornal O Globo – Segundo Caderno
Página 3 – O Adeus à deusa do amor. 16/05/1987.
|
cINE VINTAGE..
As Maiores Trilhas Sonoras da Sétima Arte, e
em todos os tempos!
Você somente encontra no
CINE VINTAGE..
Todos os domingos, às 22 horas.
SINTONIZE
A WEB RÁDIO VINTAGE:
REPRISE DO PROGRAMA
NAS
QUINTAS
FEIRAS (22 horas)
E SÁBADOS (17 horas)
Não sabia quem era Rita Hayworth quando assisti Gilda pela primeira vez , ...mas foi impossível não me tornar uma fã e buscar conhecer mais do trabalho daquela que "permaneceu sempre e intrinsicamente mulher "
ResponderExcluirVerdade! Obrigado pelo comentário.
ResponderExcluirExcelente blog! Parabéns pelo trabalho de pesquisa! Já adicionado a meus favoritos.
ResponderExcluirAgradeço as considerações, Wania, seja bem vinda ao espaço. Grande abraço!
ExcluirEla esteve deslumbrante em "Salomé", filme com ela e Charles Laughton. Será eternamente divina. E como ela dizia em um dos seus filmes: "Put the blame on Mame!".
ResponderExcluirAcho que ela esteve deslumbrante em quase todos os filmes que estrelou, Valdemir. Imortalmente Diva.
ResponderExcluir