Victor Mature (1913-1999) pode não ter sido um
brilhante ator, mas também nem tinha pretensão. Seu charme, carisma, e sorriso resplandeceram nas telas por três
décadas. Desprezado pela crítica, amado pelo público, foi um astro que não
levava a sério nem a si próprio, mas seus admiradores e fãs o levavam.
Apesar de todos os medos e limitações durante sua carreira cinematográfica, ele
saiu triunfante, tornando-se um verdadeiro Campeão de Bilheteria. O Filmes Antigos Club presta uma homenagem a
VICTOR
JOHN MATURE Nasceu a 29 de janeiro de 1913, em Louisville,
Kentucky. Seu pai, Marcello Gelindo Mature (ou no italiano, Maturi), era um cuteleiro italiano que
sabia falar alemão, mas acabou migrando da Itália para os Estados Unidos com
sua família em 1912, para fugir da dominação austro-húngara, e sua mãe, Clara
Mature, era de origem suíça.
Na adolescência, Victor trabalhou com seu pai no
ramo de cutelaria e, às vezes, como pescador. Estudou na Academia Militar de
Kentucky, onde viria a conhecer o futuro ator Jim Backus (que faria mais tarde
a voz do Mr Magoo), mas nesta época, ele já tinha pretensões de se tornar um
ator.
Por isso,
foi estudar no Playhouse de Pasadena,
na Califórnia. Conseguiu uma audiência para um teste com a intenção de ganhar
um papel no clássico E O Vento Levou ,
em 1939, mas perdeu para seu colega do Playhouse,
George Reeves, que como todos sabem se tornaria o Super-Homem da TV na década
de 1950. Mas isto não fez Victor desistir de seus objetivos.
Finalmente,
Mature conseguiu passar num teste para a 20ª Century Fox e assinar um contrato
de cinco anos.
Entretanto, no início dos anos de 1940, Victor foi notado
gradativamente, graças a sua presença e porte, de 1m89 e um sorriso que
conseguia cativar o público feminino, logo não demorou muito para que os
produtores pudessem investi-lo, embora soubessem de suas limitações.
PRIMEIROS
TRABALHOS
Um de seus
primeiros trabalhos foi no clássico Um
Milhão Antes de Cristo ou O Despertar do Mundo (One Million B.C), de 1941, dirigido por Hal Roach
(1892-1992) e seu filho, Hal Roach Jr (1918-1972), onde Mature interpretava um
homem das cavernas. Sua parceira de elenco era uma de suas namoradinhas, Carole
Landis (1919-1948), que haveria de cometer suicídio em 1948. Sem o ator ter
alguma fala, somente por gestos rústicos típico do que se espera de um homem
das cavernas, foi o primeiro passo importante para o filho de imigrantes
italianos em Hollywood, que se tornaria famoso e rico, muito embora jamais
teria o reconhecimento da Academia (que só o reconheceu in memorian, durante a cerimônia do Oscar de 2000). Ao longo de sua carreira,
nunca deu bola para críticos e intelectuais que o criticavam, mesmo porque
nunca teria ao longo de sua carreira pretensões de ser um artista.
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Carole Landis |
Quem Matou Vicky (I
Wake Up Screaming) de 1942, é outro destacadíssimo trabalho de Victor, onde ele faz um
empresário acusado de matar a jovem Vicky (novamente Carole Landis), e todos os
indícios o apontam como o verdadeiro assassino, entretanto é a irmã da vítima, Jill
Lynn (Betty Grable, 1916-1973) que irá depor a favor de Frankie Christopher
(Mature), pois acredita em sua inocência. Um policial noir dirigido por H. Bruce Humberstone (1901–1984).
A Canção do Havaí (Song
of the Islands), também de 1942, é um musical dirigido pelo perito
Walter Lang (1896 -1972), onde Mature novamente contracena com Betty Grable
(então a musa dos musicais da Fox) e com o comediante Jack Oakie (1903-1978).
Minha Namorada Favorita
(My Gal Sal), de
1943, é outro dos belos musicais onde se destaca Rita Hayworth (1918-1987),
cujo nome esta em primeiro plano, com Victor em segundo. Dirigido Irving
Cummings (1888–1959), ainda no elenco John Sutton (1908-1963) e Carole Landis.
PAUSA
PARA II GUERRA
Como muitos
outros astros de Hollywood alistaram-se para o Serviço de Guerra, Victor Mature
alistou-se na Marinha durante a Segunda Guerra Mundial, onde serviu na Guarda
Costeira e também em um navio de transporte de tropas. Atravessou o Atlântico
norte, incluindo a Normandia, o Mediterrâneo, e o Caribe. Estava em Okinawa
quando a Bomba Atômica foi jogada no Japão.
RETORNO
E SEUS TRÊS FILMES MAIS IMPORTANTES
Victor
Mature, se tornou um dos atores mais populares de Hollywood de pós guerra; nem
sempre respeitado pela crítica, que por muitas vezes merecia.Seus papéis em Paixão dos Fortes, de John Ford, em
1946, e O Beijo da Morte, de Henry
Hathaway, em 1947 e Sansão e Dalila, de
Cecil B. De.Mille, 1949, são considerados seus trabalhos mais consagrados.
Paixão dos Fortes (My
Darling Clementine) - Obra prima do Mestre John Ford (1895-1973), que segue ipisis literis a sua própria afirmação: Publique-se a lenda, pois é ela mais forte
que os fatos. Trata-se da história do célebre duelo de OK Corral, Arizona,
em 28 de outubro de 1881, envolvendo o xerife Wyatt Earp e seus irmãos homens
da lei, seu amigo Doc Holliday, contra Ike Clanton e seus filhos.
Henry Fonda
(1905-1982) personificando Earp como um homem rude, porém dentro da lei e
sonhando pela justiça dentro de uma comunidade onde impera a violência e o
jogo. Novamente, as figuras centrais se concentram em Doc e Wyatt. O cinema foi
propagando a “amizade” entre estes dois ícones, quando na realidade ambos só
tinham o gosto pelo jogo, mas eram bem diferentes. Contudo, se tornou um dos
grandes westerns do Mestre Ford, devido a sua simplicidade, poesia, e grandes
interpretações, com destaque maior para Fonda. Doc Holliday foi interpretado
por Victor Mature, em uma interpretação sóbria e segura (onde também ficamos a
imaginar como John Ford deve ter tirado o
couro para arrancar uma boa interpretação) que aqui, em vez de ser um
dentista (como era Holliday de fato), é um médico. Outra coisa a fugir dos
eventos realísticos é o fato de Doc nesta obra de Ford morrer no confronto de
Tombstone, quando na realidade, o verdadeiro Holliday sobreviveu e só veio a
falecer seis anos depois, em um sanatório, a 8 de novembro de 1887, de
tuberculose. Destaque para a bela Linda Darnell (1923-1965), como a amante de
Doc Hollyday.


O Beijo da Morte (Kiss
of Death) - Depois de amargar alguns anos na prisão, por um roubo
de jóias mal-sucedido, Nick Bianco (Victor Mature) volta para sua família, com
o objetivo único de levar uma vida honesta. Mas a notícia de sua libertação
deixa Tommy Udo (Richard Widmark estreando em Hollywood), um assassino
psicopata e ex-companheiro de gangue, disposto a eliminá-lo por desavenças do
passado. Um dos vigorosos trabalhos do diretor Henry Hathaway (1898-1985), que
revelou o talentoso Widmark (outrora um advogado) como o alucinado Tommy Udo,
papel que lhe valeu um Globo de Ouro de Melhor Ator Coadjuvante. A partir desta
obra, o público veio a reconhecer, ao contrário da crítica, que Victor era um
bom ator, que soube encarnar bem a pele do personagem, e seu Nick Bianco deu um
show de interpretação.

Sansão e Dalila (Samson
and Delilah)-
Possivelmente, a notoriedade de Victor Mature veio ao ápice de seu sucesso ao
estrelar esta obra bíblica dirigida por Cecil B. DeMille (1881-1959), e a
história de sua produção é bastante interessante, pois envolve pontos íntimos
da vida do ator, que apesar de seu porte físico, era um homem de muitos medos e
fobias.
De acordo
com o biógrafo de Cecil B. DeMille, Charles Higham, o diretor humilhou -o publicamente o ator usando seu megafone para garantir que toda a equipe e o
elenco pudessem escutar. Isto porque
durante a cena em que Sansão batalhava com a mandíbula de jumento contra os
filisteus, a máquina de vento soltou algumas rajadas particularmente violentas,
e Mature fugiu do set para o camarim, se escondendo de terror.


Antes da
escolha de Mature para o papel, foi cotado Burt Lancaster (1913-1994), que
recusou, e também um jovem desconhecido no cinema, mas que já era popular no
mundo do fisiculturismo americano no final dos anos de 1940 e que já havia
conquistado diversos títulos na modalidade, inclusive o Mr. América: Steve
Reeves (1926-2000). Contudo, a Paramount, o estúdio do filme, o considerou
jovem demais para o papel. Para desempenhar Dalila, foi escolhida a mulher mais
bela e culta de seu tempo, Hedy Lamarr (1913-2000), após as indicações de Jean
Simmons, Lana Turner, e Rita Hayworth para o papel.


A Lux Radio Theate, popular programa de
rádio nos Estados Unidos dirigido e apresentado por Cecil B. DeMille, onde
transmitiam em versão radiofônica adaptações de grandes clássicos do cinema,
transmite também uma adaptação de 60 minutos do seu famoso clássico bíblico, na
segunda-feira, dia 19 de novembro de 1951, com Hedy Lamarr e Victor Mature reprisando
seus papéis como haviam feito nas telas. O Imortal Soundtrack de Victor Young
(1899-1956) de fundo exuberante, é considerada uma das mais marcantes trilhas
musicais para o cinema épico, em seu hino à Canção
de Dalila. Sansão e Dalila custou aos cofres de Paramount US $ 3 milhões de
dólares , arrecadando US $ 12 milhões brutos só no mercado interno, sendo o
maior sucesso comercial do estúdio até aquele momento, só superado por Os Dez Mandamentos, também de DeMille,
seis anos depois.


Já nessa
época, graças as suas evidentes fobias (inclusive por cavalos) nos sets, Mature
já era conhecido por não investir no perigo, algo que veio a ser motivo de
chacota por alguns colegas de profissão, entre os quais, Richard Burton
(1925-1984), que mais tarde estrelaria com Victor outro clássico épico bíblico
– O Manto Sagrado (1953). De acordo
com o livro Richard Burton, my Brother, de
Graham Jenkins (irmão de Burton, cujo verdadeiro nome era Richard Walter
Jenkins), o ator galês depreciava seu colega Mature, que era alvo de muitas
piadas e anedotas, contudo, em termos de técnica cinematográfica, Burton
reconhecia que Victor era um profundo conhecedor e que com ele aprendeu
bastante.
VICTOR
E OS WESTERNS EM DESTAQUE
Paixão dos Fortes, de John
Ford, foi o primeiro western estrelado por Mature e em verdade, uma de suas
melhores atuações. A crítica jamais o levou a sério como ator (e ele mesmo
admitia que não atuava bem), embora tenha se tornado um dos atores mais
populares e requisitados por grandes diretores das décadas de 1940 e 1950,
devido a sua máscula presença nas telas. Por esta razão, é também lembrado por
três grandes trabalhos no gênero western,
onde pode ser considerado como um dos Man
of The West ao lado de grandes nomes como Alan Ladd, Burt Lancaster,
Charlton Heston, Gary Cooper, e outros.

O Grande Guerreiro (Chief
Crazy Horse) - George
Sherman (1908-1991) foi o diretor que mais vezes abordou a questão dos índios
norte-americanos nos anos 50, realizando westerns PRÓ-ÍNDIO. Já nessa época,
Hollywood já realizava trabalhos deste estilo, tais como realizados por Anthony
Mann, em O Caminho do Diabo, ou Flechas de Fogo, de Delmer Daves. Contudo, O
Grande Guerreiro, de 1955, figura
entre estes faroestes onde o índio é o protagonista por justa causa.
Antes de
morrer o chefe Urso Cinzento (Morris Ankrum, 1897-1964) faz uma profecia na
qual um índio da nação Lakota Sioux conseguirá reunir todas as tribos indígenas
para vencer os brancos que lhes tomaram seus territórios. Esse índio é Cavalo
Louco (Mature) que antes de cumprir sua heróica missão tem que superar a inveja
do rival Pequeno Grande Homem (Ray Danton, 1931-1992) para se casar com Chale
Negro (Suzan Ball, 1934-1955, em seu último filme- atriz morreu de câncer).
Cavalo Louco se casa com Chale Negro, e Pequeno Grande Homem, após uma luta com
Cavalo Louco em que ele acaba sendo o derrotado, deixa a tribo ressentido,
conseguindo fazer parte da Cavalaria onde se torna um batedor.

Brancos
inescrupulosos rompem o tratado de paz aos índios, e Cavalo Louco assume a liderança
de sua tribo provocando relativas baixas em guerrilhas contra tropas da
Cavalaria, concentradas em Forte Laramie. O General Custer é chamado e leva seu
7.º Regimento de Cavalaria a um confronto com Cavalo Louco que, cumprindo a
profecia de Urso Cinzento, reúne as diversas nações e extermina com Custer e
seus comandados. As demais nações indígenas satisfeitas com o resultado da
Batalha de Little Big Horn, voltam a se dividir e enfraquecidas são vencidas
pela Cavalaria. A profecia de Urso Cinzento dizia que Cavalo Louco seria morto
por um índio Lakota e isso acontece quando Pequeno Grande Homem assassina
Cavalo Louco à traição dentro do Forte Laramie.

O Tirano da Fronteira
(The Last Frontier) – Produzido em 1956, foi um dos trabalhos mais famosos
de Anthony Mann (1906-1967) que também era conhecido por arrancar ótimas
interpretações em seus atores, mesmo que fossem limitados como o próprio Victor
Mature., que conseguiu um primoroso desempenho como Jed Cooper, um selvagem
caçador de peles, que junto com seus dois outros amigos também caçadores, Gus
(James Whitmore, 1921-2009), e o índio Mungo (Pat Hogan, 1920-1966), chegam a
um forte avançado de cavalaria comandado pelo Capitão Riordan (Guy Madison,
1922-1996), que os contrata como batedores.
Jed fica
interessado na esposa de um arrogante e racista coronel, Frank Marton (Robert
Preston, 1918-1987). A esposa, Corina, é interpretada pela eficiente Anne
Bancroft (1931-2005), que neste western esta de cabelos louros. O Coronel
Marton usurpa o comando de Riodan e prepara seus soldados para um sanguinário
embate contra os peles vermelhas.
Jed é
simples e ignorante, e é visível nele inexperiência de vida, desprovido de
conhecimento das armadilhas que a civilização pode impor, em suma, um selvagem
que age por instintos e não por regras, sem contudo, perder uma certa
inocência. Tem como orientador seu amigo Gus, bem mais velho e um pouco mais
experiente, que o aconselha sempre e desaprova o interesse de Jed por Corina. O
que é interessante na temática deste excelente western é a critica da
civilização, muitas vezes hipócrita, no foco de um selvagem e ingênuo homem. Vale
ainda registrar o excelente script de
Philip Yordan (1914-2003), ganhador do Oscar por A Lança Partida, em 1953.

Missão Audaciosa (Escort West) - Western repleto de ação e com muitas
reviravoltas em roteiro escrito pelo ator Leo Gordon (1922-2000), que também atua
na pele de um sargento yankee sem
escrúpulos que trai os próprios companheiros. O elenco é uma atração à parte
pois é composto por inúmeros nomes conhecidos como Noah Beery Jr., Harry Carey
Jr., Slim Pickens, Roy Barcroft, Ken Curtis, Syd Saylor, John Hubbard e Chuck
Hayward. Dirigido por Francis D. Lyon (1905-1996), retrata a história de um
ex-oficial confederado, Ben Lessiter (Mature) e sua filha pequena Abbey (Reba
Waters) que ao fim da Guerra Civil, viajam para o Oregon em busca de uma nova
vida.

No caminho, Ben resgata duas irmãs (Elaine Stewart, 1930-2011, e Faith
Domergue, 1924-1999) sobreviventes de um ataque dos índios. Um pelotão do
Exército da União se encarrega de ajudar as irmãs na sua viagem mas acaba
criando dificuldades ainda maiores, não bastassem os índios que tentam
incessantemente liquidar com todos os brancos. Ben Lessiter, em sucessivos atos
de bravura junto aos soldados nortistas, consegue, afinal, exterminar o grupo
de índios.
VICTOR
E OS ÉPICOS EM DESTAQUE
Mature se
tornou mais popular ao participar de grandes espetáculos épicos do cinema, como
o fez em Sansão e Dalila, de 1949.
Além disso, Hollywood, após o sucesso do estrondoso clássico de DeMille, viu em
Mature seu melhor representante, graças a sua vigorosa forma atlética e grande
presença carismática.
Androcles e o Leão
(Androcles and the Lion)- Produzido em 1952 e em fotografia em Preto & Branco, este
épico marcou o primeiro trabalho de Mature fora dos Estados Unidos, pois é uma
produção inglesa estrelada pela britânica Jean Simmons (1929-2010) e pelo
comediante inglês Alan Young (ainda vivo, nascido em 1919, e astro da antiga
série televisiva Mister Ed), extraída
da peça de George Bernard Shaw (1856-1950).
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STEWART GRANGER, marido de JEAN SIMMONS, em visita ao set de ANDRÓCLES E O LEÃO. |
Numa mistura de filme religioso e
comédia, a trama se direciona sobre um escravo, Andrócles (Young) que consegue
escapar do seu dono e, na fuga, encontra um leão com um espinho na pata.
Androcles percebeu que sua pata estava inchada. Chegou perto do felino e tirou
a farpa. O alívio do felídeo fez com que ficasse amigo do escravo. Pouco tempo
depois foi aprisionado no Coliseu Romano por ser cristão, cujas pessoas eram martirizadas
pelos leões. Quando soltaram a fera, o mesmo leão que ele tinha ajudado, o
animal não reage. Mature aqui desempenha um legionário romano que conduz os
cristãos (entre eles, Andrócles) a prisão, mas se apaixona pela cristã Lavínia
(Jean Simmons), e pretende salva-la da morte. Dirigido por Chester Erskine
(1905–1986).

O Manto Sagrado (The
Robe) – Em 1953,
uma revolução ocorreu em Hollywood, quando foi inaugurado o Cinemascope, e nada como um estrondoso espetáculo
para fazer ver ao público que o cinema estava mais vivo do que nunca e que não
perderia terreno para com a novata televisão.
Com esta vitória
da Indústria Cinematográfica, que conseguiu com isto promover a volta do
público para as grandes salas, O Manto
Sagrado ficou na história como o primeiro filme a ser lançado no formato
Cinemascope, levando plateias no mundo inteiro aos cinemas, e um dos filmes
mais exibidos nos feriados de Páscoa em muitos cinemas do Brasil (em alguns
lugares, ficou em cartaz por quase 10 anos)- e também era filme garantido de
toda Sexta-Feira Santa nas antigas "Sessão da Tarde" da televisão.
No entanto, é justamente no televisor que o filme perde impacto visual, pois a
telinha deforma o Cinemascope, perdendo os enquadramentos originais.
Produzido
por Frank Ross (1904-1990), baseada no Best
Seller de Lloyd C Douglas (1877-1951), e dirigido por Henry Koster
(1905-1988), acabou arrebatando um Oscar de melhor cenografia em cores e um
Oscar especial pela novidade técnica que viria a revolucionar esteticamente
todo o cinema.

Em Roma
durante o reinado de Calígula (Jay Robinson, em impressionante performance) o
tribuno Marcellus Gallio (Richard Burton, 1925-1984) vai a Jerusalém com a
incumbência de crucificar Jesus Cristo e após o jogo de dados pelo seu manto,
que ele acaba ganhando, é enfeitiçado pelo tecido. Mais tarde, volta a
Palestina em busca do Manto Sagrado, e se converte a fé cristã, ao lado de seu
escravo Demétrius (Victor Mature), sua amada Diana (Jean Simmons, 1929-2010) e
Pedro (Michael Rennie, 1909-1971). Um épico triunfante, em que Victor Mature
considerou o mais importante de sua filmografia. Ele e Richard Burton se deram
relativamente bem, mas Burton, um gozador nato, adorava ironizar seu colega,
mas nem por isso, deixava de reconhecer nele simpatia e um ótimo profissional,
com quem aprendeu técnicas sobre cinema.
Abaixo um
trecho do livro de Graham Jenkins, irmão de Richard Burton:
PALAVRAS
DE RICHARD BURTON- Vic (Victor Mature) não levava muito a sério qualquer tipo de contra-tempo ou problema
que poderia ocorrer durante as filmagens, e por este lado, acho que era uma
grande qualidade por parte dele. Ele não era pessoa de se estressar, e nunca o
vi brigar com alguém, seja do elenco ou da equipe. Eu, ao invés, tive apenas
cinco acessos de berros em "The Robe" (O Manto Sagrado).
Algumas
anedotas de Richard Burton tinham Mature como protagonista. Conta a lenda que
esse homem de porte altivo e musculoso, descrito pela publicidade dos estúdios
como um "belo pedaço", jamais corria qualquer risco que pudesse
resultar em dano físico, por menor que fosse. Burton perguntou a Victor se era
verdade:
 |
MOMENTO DE DESCONTRAÇÃO em uma pausa durante as filmagens de THE ROBE: RICHARD BURTON E MICHAEL RENNIE se divertem com as brincadeiras de VIC.
-Pode acreditar- respondeu Mature -
penso duas vezes antes de descer ou subir um degrau molhado.
Victor
sempre falava isto num tom de brincadeira.
Quando estrelou em "Sansão e
Dalila", em 1949, o diretor Cecil B. DeMille pediu a Mature para lutar com
um leão:
-De jeito nenhum- respondeu ao
diretor
-Mas Victor, é um leão velho- disse
DeMille
-De jeito nenhum
-Mas Vic, ele é domesticado, e tão
manso que nem machucaria um bebê.
-De jeito nenhum
-Mas Vic, este leão não tem dentes.
-E o que quer que você quer, Cecil?
Que eu seja mascado até morrer?
Apesar das
brincadeirinhas do grande ator galês para com o nobre Victor, reconheceu nele
um profissional experiente, que lhe ensinou sobre as técnicas cinematográficas, além de acha-lo um formidável ator.
|

O Egípcio (The
Egyptian) – Outro
grande espetáculo produzido em Cinemascope
baseado no célebre best Seller de
1945 escrito por Mika Waltari (1908-1979), e realizado pelo inesquecível
cineasta de Casablanca e As Aventuras de Robin Hood, Michael
Curtiz (1886-1962). A trama se passa no
Egito, 13 séculos a.C, onde reinava o faraó Akhnaton (Michael Wilding,
1912-1979).

Os adeptos do politeísmo lutam contra o monoteísmo. O Próprio faraó
acredita na existência de um só Deus verdadeiro, assim como o médico Sinuhe
(Edmond Purdom, 1924-2009), contrariando os conceitos dos sacerdotes. O médico
é chamado para atender ao epilético faraó, tem ligação com Nefer (Bella Darvi,
1928-1971), uma cortesã da Babilônia, e depois volta para Merit (Jean Simmons,
1929-2010), mas não abandonando o desejo de impor o monoteísmo, tendo que
enfrentar Horemheb (Mature, sensacional como um vilão arrogante), seu amigo e
comandante militar de Akhnaton, que nutre paixão pela irmã do monarca,
Bakhetamon (Gene Tierney, 1920-1971).

Demétrius e os
Gladiadores (Demetrius and the Gladiators) – Após o sucesso de The Robe, os executivos da Fox, ainda
com os direitos sobre o célebre romance (escrito em 1942) por Lloyd C. Douglas
(1877-1951), não sabiam o que fazer com as mais de 500 páginas restantes do
livro, que fora adaptado para o filme anterior. Logo, resolveram fazer uma
continuação, sob a direção de Delmer Daves (1904-1977) especialista em dramas e
westerns (Galante e sanguinário), e
repetindo Mature (Demetrius), Michael Rennie (São Pedro) e Jay Robinson
(Calígula) nos seus respectivos papéis em O
Manto Sagrado.
Produzida
por Frank Ross (1904-1990), que havia também produzido a obra anterior,
realizou juntamente com o diretor Delmer Daves uma fita superior, porque
substituiu a religiosidade melodramática de The
Robe por exuberante ação física e estimulantes aspectos aventurescos.
Escrito por Philip Dunne (1908-1992) com base nos personagens de Lloyd C
Douglas, o filme transcorre após o martírio de Marcellus (Richard Burton) e
Diana (Jean Simmons), ocorrida no desfecho de O Manto sagrado. O cristão Demétrius, perseguido pelo imperador por
ter escondido o Manto de Cristo, é preso e feito gladiador na arena, comandada
por Strabo (Ernest Borgnine, 1917-2012).


Quando sua amada Lucia (Debra Paget) entra em estado de choque ao risco de ser violentada por um dos
gladiadores, Dardanius (Richard Egan, 1921-1987), Demetrius perde a fé e
sucumbe aos encantos de Messalina (Susan Hayward, 1918-1975). Trilha sonora de
Franz Waxman (1906-1967), com base no repertório de Alfred Newman. Demetrius
foi sem dúvida um dos personagens mais marcantes de Victor Mature depois de
Sansão, que segundo alguns críticos da época, por ironia, achavam que ele sabia
fazer “cara de santo”. Até o surgimento de Charlton Heston, Mature foi o astro
dominante do cinema “Épico Bíblico” que vigorava em Hollywood nos anos de 1950.



No início
dos anos de 1960, Mature ainda voltaria a atuar em épicos, desta vez na Itália,
aproveitando a moda dos Sandálias &
Espadas, realizando dois trabalhos: Aníbal, o Conquistador (Annibale), de
1959, dirigido por Edgar G. Ulmer (1904-1972), com Rita Gam, e Os
Bravos Tártaros (I Tartari), de 1961, dirigido por Richard Thorpe (em
parceria com o italiano Ferdinando Baldi), contracenando com outro gigante,
Orson Welles (1915-1985).
OUTROS
FILMES DE DESTAQUE EM SUA CARREIRA
Ao longo de
sua brilhante carreira, e conhecendo bem suas limitações e medos, Victor Mature
além de participar destas grandes obras já citadas, também elencou em outras
fitas, diversificando sempre de gêneros, fossem filmes de aventura, policiais,
westerns, dramas, comédias, épicos, e até musicais. Rapidamente, abrandaremos
os mais destacados trabalhos fora os já mencionados em que Mature despontou com
seu natural charme e carisma.
A Rainha do Mar (Million
Dollar Mermaid)- de
1952, um musical/drama estrelado por Esther Williams, baseado na vida da
nadadora (como Esther na vida real) e também atriz Annette Kellerman
(1887-1975), que foi a primeira atriz a aparecer nua no cinema (no filme A Filha dos Deuses/daughter of the gods, de
1916, direção de Herbert Brenon). Mature faz empresário de Annette, James
Sullivan. Direção de Mervyn LeRoy (1900–1987), o cineasta de Quo Vadis (1951).
O Caminho do Pecado (The
Las Vegas Story)
– de 1952. A visita da cantora Linda Rollins (Jane Russel, 1921-2011) e seu
rico e sombrio marido Lloyd Rollins (Vincent Price, 1911-1993) a Las Vegas
resulta em assassinato, e o policial escalado para o caso (Mature) é uma velha
paixão de Linda. Direção de Robert Stevenson (1905–1986).

Gloriosa Brigada (The
Glory Brigade)- de
1953- Durante a Guerra da Coréia, o tenente Sam Pryor (Mature) e seu pelotão de
voluntários parte para escoltar tropas gregas a fim de realizar uma missão de
reconhecimento por trás das linhas comunistas. Devido à sua herança grega,
Pryor inicialmente fica orgulhoso de
acompanhar o contingente grego, mas seus sentimentos mudam para desprezo e
desconfiança, quando ele vê que os soldados gregos se demonstram covardes no
campo de luta. Contudo, é mantida uma aliança entre os EUA e as tropas gregas
como verdadeiro objetivo do prender o inimigo. Dirigido por Robert D. Webb
(1903–1990), este filme bélico tem como atrações Lee Marvin (1924-1987, em
verdade um herói de Guerra), Richard Egan, e Alexander Scourby (1913–1985).

Atraiçoado (Betrayed) –
de 1954. Segunda
Guerra Mundial. O oficial aliado Peter Deventer (Clark Gable, 1901-1960) acaba
se envolvendo com a bela Carla Van Oven (Lana Turner 1921-1995), uma suspeita
de traição. Tudo porque Carla torna-se um espiã aliada para a inteligência
britânica na Holanda, embora ela é suspeita de ter colaborado com os nazistas
no passado. Assim, Carla é recrutada para atuar como elemento de ligação com “O
Lenço” (Victor Mature, como vilão e dos bons), líder da Resistência, que esta
arrojando para um ataque britânico em Arnhem. Dirigido por Gottfried Reinhardt
(1913-1994).

Sábado Violento
(Violent Saturday) – de 1955, um policial bem violento com pinta de drama
familiar nos anos de 1950. A violência da tela é forte bastante que deve ter
sido controverso em 1955, sugerindo mesmo nos nossos dias. Lee Marvin
(1924-1987) já exercitava seu tipo caracteristicamente mal no cinema, sendo um
dos ladrões de banco, ao lado de J. Carrol Naish (1896–1973) e Stephen McNally (1913–1994)
de uma pequena cidade que cultiva a mineração; Victor Mature é Shelley Martin,
um engenheiro que havia sido um combatente da II Guerra que tinha crise com seu
filho pequeno, tudo porque este tinha problemas na escola e brigava com os
colegas que rotulavam seu pai como covarde.

Virginia Leith (sumida desde 1980,
mas segundo o IMDB, ainda viva) como uma moça de aspectos liberais que vem a
ser o objeto de afeições, incluindo um homem de negócios (Richard Egan,
1921-1987), que atravessa uma crise no casamento, e de Harry Reeves (Tony
Noonan, 1921-1968), gerente do banco assaltado; Ernest Borgnine (1917-2012) é
um fazendeiro Quaker, que acaba sendo
rendido junto com Shelley Martin (Mature) em sua fazenda pelos bandidos que
assaltaram o banco local e acabaram por se refugiar no local, dando chance a
Shelley se defender e provar que não era covarde. Direção de Richard Fleischer
(1916-2006).

Tenho Sangue em Minhas
Mãos (ou Missão Perigosa-Dangerous Mission) – 1954. Testemunha de um assassinato, a
jovem Louise Graham (Piper Laurie) foge para Montana, onde ela espera conseguir
um trabalho na loja de presentes da Glacier
National Park, em realidade, um hotel cujo o atrativo são os turistas das
mais variadas personalidades, entre eles Matt Hallett (Mature), um ex-fuzileiro,
e Paul Adams (Vincent Price, 1911-1993), fotógrafo amador, ambos muito
interessados em Louise e ambos competindo por sua atenção. Entretanto Louise nem
faz ideia que um deles é o assassino contratado para matá-la, para impedir que
ela venha a depor, e o outro é um policial que trabalha para um escritório de
Nova York enviado para protegê-la.
Aventura criminal e detetivesca da RKO dirigida por Louis King (1898–1962).

A Morte Espreita na
Floresta (Safari)- 1956. Depois que seu filho é morto por tribos quenianos, o caçador profissional Ken
Duffield (Mature) concorda em levar o nobre inglês Sir Vincent Brampton (Roland
Culver, 1900-1984) e sua jovem noiva americana Linda Latham (Janet Leigh,
1927-2004) em um safari. Seu objetivo real, porém, é localizar os assassinos de
seu filho, e em particular, um homem, Jeroge (Earl Cameron), que costumava
trabalhar para ele. Duffield irá colocar todos em perigo tão logo a obsessão de
Sir Vincent se concretize: atirar num leão famoso que ninguém ainda conseguiu capturar.
Como eles continuam cada vez mais perto do território rebelde, Sir Vincent fica
mais perto de alcançar seu objetivo, como também é alheio ao afeto crescente
entre Duffield e sua noiva Linda. Aventura de Selva dirigida pelo pioneiro nas
direções da série James Bond 007, Terence
Young (1915-1994).


Zarak (Zarak)- 1956. Na fronteira montanhosa entre
o Afeganistão e a Índia, vive Zarak (Mature), que esta apaixonado por Salma
(Anita Ekberg) a mais jovem esposa de seu pai Haji Khan (Frederick Valk
1895–1956). Quando este descobre seu filho aos beijos com sua esposa, ele se
indigna e ordena que Zarak seja açoitado até a morte. Contudo, sua vida é
poupada pelo idoso Mullah (Finlay Currie, 1878-1968), na qual se estima grande
respeito. Poupado da morte, Zarak deixa sua aldeia e se torna um bandido
famoso, que leva os militares britânicos a nomear um oficial competente para
captura-lo, o Major Ingram (Michael Wilding, 1912-1979). Este vem a conhecer
Zarak e vão ter vários encontros, desenvolvendo certo respeito entre eles. Quando o Major é capturado por Ahmad (Peter
Illing, 1899–1966), inimigo mortal de Zarak, então este arrisca sua própria
vida para salvar o oficial inglês.


Bonequinha
Chinesa/China Doll- 1958. Talvez a mais comovente fita que Mature tenha participado. Na
China, o rude capitão da Força Aérea Cliff Brandon (Mature) acorda depois de
uma noite de bebedeira para descobrir que ele comprou os serviços de limpeza da
jovem Shu-Jen (Li Hua Li) de seu pai. Decepcionada com a insistência de Cliff
em ficar fora até tarde nos bares, Shu-Jen volta para a casa dos pais. Quando
fica sabendo que ela está grávida, carregando seu filho, ele parte em sua busca
e se casa com ela, então fica sabendo que sua base está sob bombardeios dos
japoneses.
Sem Tempo Para Morrer
(No Time to Die) -1958. O Sargento Thatcher (Mature), americano a serviço do exército
inglês, organiza fuga de um grupo de prisioneiros italianos no deserto da
Líbia, durante a II Guerra Mundial. Dirigido pelo cineasta dos primeiros
exemplares da série James Bond, Terence Young. Originalmente em Cinemascope.
O Grande Circo (The Big
Circus) - Aventura clássica de 1959 sobre o mundo do circo. As
finanças do empreendimento de Henry Whirling (Victor Mature) não vão bem, mas
ele luta para manter o seu circo funcionando, apesar dos esforços de um
sabotador para o prejudicar. Afinal, o
espetáculo não pode parar.Com Rhonda Fleming, Gilbert Roland, Red Buttons, e
Vincent Price no elenco. Dirigido por Joseph M. Newman (1909-2006)
O Bandido Sanguinário
(The Bandit Of Zhorbe) – 1959. Um
bandido (Mature) com uma recompensa por sua cabeça está disposto a tudo para
cumprir sua vingança. Ele pensa que os britânicos massacraram seu povo, sua
família, sua mulher e filho, mas ele está enganado. Dirigido por John Gilling
(1912-1984).
O
NOVO EMPREENDIMENTO DE MATURE E A COMÉDIA DE DE SICA.
No início da
década de 1960, Victor Mature já era um homem milionário,
mas na realidade, este grande astro das telas que não levava ele a sério e se
auto-criticava, e baseado em sua própria falta de confiança, conseguiu superar
muitas críticas e problemas ao longo de sua vida. Seja por sorte ou por empenho
próprio, ele conseguiu muitas vitórias a partir do momento que não daria
ouvidos para seus piores críticos, superando medos, fobias, e mesmo o fato de
ser daltônico. Também atribuía seu sucesso pela sua aparência e sorriso. Sabia muito bem que era um verdadeiro campeão de Bilheteria. Abaixo veremos frases do ator:
Eu não sou ator, e eu tenho 64 filmes para provar isso.
(resposta dada a um clube de golfe em que eles queriam
recusar sua adesão pelo fato de ser ator. Por fim, acabaram aceitando-o)
Se você não se preocupar com a sua privacidade,
pode apostar que não se tornará um ator de merda!
Na verdade, eu sou um jogador de
golfe. Essa é a minha verdadeira ocupação. Eu nunca fui um ator. Pergunte a
qualquer um, especialmente os meus críticos.


Ao contrário
do pensamento de muitos de seus críticos, Victor Mature era um homem
inteligente e provou isso quando a partir de 1961, investiu no ramo imobiliário
e soube ganhar dinheiro, decidindo parar com o cinema para se dedicar ao seu
novo empreendimento. Contudo, a convite de Vittorio de Sica (1901-1974),
retornou as telas em 1966 com a deliciosa comédia O Fino da Vigarice (Caccia alla
volpe ou After the Fox), estrelada por Peter Sellers (1925-1980) e Britt
Ekland, onde Mature praticamente atua como ele mesmo – um grande e maduro astro
do cinema americano, Tony Powell, em turnê pela Itália que só levava a sério
seu charme com as mulheres e o medo de perder seu atrativo com elas, narciso ao
ponto de se olhar para o espelho e ver se engordou ou tem alguma ruga no rosto.
Victor esta muito engraçado nesta obra de De Sica, que resgata cenas de Morrendo
para Viver(Easy Living), drama de esportes dirigido por Jacques
Tourneur em 1949 e estrelado por Mature, durante uma matine onde os personagens
de Sellers e Britt tem uma discussão hilária dentro da sala de cinema.

OS
AMORES DE VICTOR MATURE
Em sua vida
pessoal e afetiva, Victor Mature foi casado 5 vezes: em 1938, casou-se com a
atriz Frances Charles, casamento que foi anulado em 1940. No ano seguinte,
casou-se com Martha Stephenson Kemp, com quem ficou até 1943, quando se
divorciaram. Em 1948, com Dorothy Stanford Berry, de quem se divorciou em 1955.
Quatro anos depois, em 1959, contrai núpcias com Adrienne Joy Urwick, com quem
fica casado até 1969, quando novamente se divorciou. Em 1974, casa-se com
Loretta Sebena, com quem teve sua única filha, Victória (nascida em 1975,
quando o ator já contava com 62 anos de idade), e com quem viveu o resto de sua
vida.



É provável
que os três primeiros divórcios tenham sido motivados pelas aventuras amorosas
de Victor fora dos Sets de filmagem. Sabe-se que Mature teve rumorosos casos
com as atrizes Lana Turner, Susan Hayward, Rita Hayworth e Esther Williams.
Williams, famosa estrela dos musicais da Metro, conta em sua autobiografia que
detalha explicitamente seu caso amoroso com Victor, durante as filmagens de A Rainha do Mar.
O
AMOR AO GOLFE E OS ÚLTIMOS ANOS
Mature
dedicou-se ao golfe de corpo e alma, e sempre dizia que era mais fácil jogar do
que atuar: “Realmente, eu sou um jogador de golfe. Esta é minha ocupação real. Eu
nunca fui um ator, pergunte a qualquer um, particularmente, a todos os críticos".
Com
aceitação de algum crítico ou não, em 1984 Victor deu um intervalo para seu esporte
favorito e para sua aposentadoria e fez
uma pequena participação na televisão em um telefilme, um remake de Sansão e Dalila, onde aos 71 anos de
idade estava interpretando o pai de Sansão. Foi sua última atuação. Quando
perguntado se ele estava preocupado e incomodado de ser o pai do Sansão no
remake para TV, ele respondeu:
Se me pagassem bem eu interpretava até
a sua mãe.
 |
VICTOR MATURE EM 1979 |
 |
VICTOR EM 1988 |
Após o
Remake do clássico de DeMille para TV, se retirou do cinema, assumindo de vez o golfe, um
esporte que ele amava, muito embora não viessem a faltar convites para voltar
às telas. Mas o nobre e veterano ator nunca teve, em realidade, pretensões
artísticas. Foi abordado duas vezes para contracenar com Sylvester Stallone:
num remake de Rio Vermelho para o
cinema, em que ele poderia fazer o papel que pertenceu a Walter Brennan, com
Stallone e Rob Lowe nos papéis que foram respectivamente de John Wayne e
Montgomery Clift, porém o projeto não foi adiante – e em Oscar - Minha Filha Quer Casar, em 1991, para fazer o pai de Stallone,
mas Mature recusou e o papel foi para Kirk Douglas.
Na política,
ele era republicano, mas pouquíssimas vezes. participou ativamente de eventos
políticos. Segundo o ator, ele tinha uma mistura ancestral de francês, suíço,
alemão, italiano e grego.
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TÚMULO DE VICTOR MATURE E FAMÍLIA |
Longe da
vida artística e das agitações hollywoodianas, e levando uma vida pacata em
seus últimos anos de vida, morando com sua família em seu rancho localizado em
Santa Fé, Califórnia, Victor Mature morreu a 4 de agosto de 1999, aos 86 anos
de idade, de leucemia, deixando a esposa Loretta e sua filha Victória. O ator
foi sepultado no memorial da Família Mature, em Kentucky.
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VICTORIA MATURE, PRÓXIMO AO QUADRO DE SEU ILUSTRE PAI. AO LADO A VIÚVA DO SAUDOSO ASTRO, A SRª LORETTA SEBENA MATURE |
VICTORIA
MATURE
A filha
temporã do saudoso astro jamais esquece seu notório pai, e juntamente com sua
mãe, Loretta Sebena Mature, fazem com que a memória do eterno astro mantenha
sua chama viva. Aqui abaixo, pelas fotos aqui apresentadas, dois momentos em
que as duas participaram de um vernissage realizado na Itália (terra dos
ancestrais do ator) com a retrospectiva de seus filmes, ocorrido entre
fevereiro a abril de 2001, dois anos após a morte de Victor Mature.
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VICTÓRIA, FILHA DE VICTOR MATURE, ENTRE ANITA EKBERG E MICKEY RONNEY. |
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ANITA EKBERG (DE VERDE) PRÓXIMO AO POSTER DE "ZARAK" |
Filmografia
1940:
Um Milhão de Anos Antes de Cristo/O Despertar do Mundo (One Million B. C.)
1941: Quem Matou Vicky? (I Wake up Screaming)
1942: A Canção do Havaí (Song of the Islands)
1942:
Minha Namorada Favorita (My Gal Sal)
1946: A
Paixão dos Fortes (My Darling Clementine).
1947: O
Beijo da Morte (Kiss of Death)
1947:
Rosas Trágicas (Moss Rose)
1948: A
Voz da Honra (Fury at Furnace Creek)
1948:
Uma Vida Marcada (Cry of the City)
1949:
Sansão e Dalila (Samson and Delilah)
1949: Brasa Viva (Red, Hot and Blue)
1952: A Rainha do Mar (Million Dollar Mermaid)
1952: Androcles e o Leão (Androcles and the Lion)
1952: Falsa Verdade (Something for the Birds)
1952:
Caminho do Pecado (The Las Vegas Story)
1953: O
Manto Sagrado (The Robe).
1953:
Gloriosa Brigada (The Glory Brigade)
1953: O
Príncipe de Bagdá (The Veils of Bagdad)
1954: O
Egípcio (The Egyptian)
1954:
Atraiçoados (Betrayed)
1954:
Demetrios e os Gladiadores (Demetrius and the Gladiators)
1954:
Tenho Sangue em Minhas Mãos (Dangerous Mission)
1955: Sábado
Violento (Violent Saturday)
1955: O
Tirano da Fronteira (The Last Frontier)
1955: O
Grande Guerreiro (Chief Crazy Horse)
1956:
Carrascos do Mar (The Sharkfighters
1956: A
Morte Espreita na Floresta (Safari)
1957:
Zarak (idem)
1958:
Sem Tempo para Morrer (No Time to Die)
1958:
Bonequinha Chinesa (China Doll)
1958:
Missão Audaciosa (Escort West
1959:
Bandido Sanguinário (The Bandit of Zhobe)
1959: O
Grande Circo (The Big Circus)
1962:
Os Bravos Tártaros (I Tartari)
1966: O
Fino da Vigarice (Caccia Alla Volpe)
1968:
Os Monkees Estão de Volta (Head)
1972:
Confusões por Todos os Lados (Every Little Crook and Nanny)
1976: Won Ton Ton, o Cachorro que Salvou Hollywood
(Won Ton Ton, The Dog Who
Saved Hollywood)
1984: Sansão e Dalila (Samson and Delilah)-Para TV.
PAULO TELLES
Produção e Pesquisa.
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Apresentação de Paulo Telles
Todos os domingos, às 22 horas.
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E SÁBADOS (17 horas)
Ah, que linda matéria, divertida e recheada de belas fotos. Amei, Paulo!
ResponderExcluirE Esther Williams, heim? Assisti a esse filme da nadadora.
Abraço.
Ana, agradeço pela sua presença. Quanto ao comportamento da Esther, não tenho nenhum comentário a traçar, entretanto acho compreensível, mas como se fala...não justifica, rs.
ExcluirAbraço do editor e obrigado.
Grande lembrança, Paulo. Infelizmente não vi nenhum dos filmes de Victor Mature, apesar de já ter lido muito sobre ele. Abraços.
ResponderExcluirObrigado Gil.
ExcluirNery,
ResponderExcluirLá pelos idos de 1957/58, portanto nas imediações de meus 14 anos, vi o meu primeiro filme com o Mature.
Foi ele Carrascos do Mar, um filme muito interessante para a época, pois se tratava de estudos para o homem poder nadar entre tubarões sem serem atacados.
Não recordo se o invento deu certo ou não, ou se mesmo parcialmente, pois somente o vi uma vez e isso anda por mais de 50 anos atras.
O resultado de tudo isso é que memorizei o nome do ator principal e daí em diante não deixava passar um filme com ele sem ver.
Na época não, mas hoje, comentarista de filmes, consigo enxergar, na verdade, que o Mature não era um Spencer Tracy, um Cooper ou mesmo um Douglas, mas que sempre dava conta do que lhe incumbiam de fazer.
Eu, por exemplo, nunca me queixei das fitas onde atuava, pois eram sempre filmes movimentados, com ação direta e tudo muito agradável para meus olhos.
E era isso que a juventude deseja ver nos filmes. E era o que o Victor Mature nos dava à vontade.
Desta forma consegui ver até o momento 29 filmes com o ator, que a critica caia em cima por ser isso ou aquilo, ou não ser um ator de ponta e com o talento que eles exigiam.
Bobagens para seus fãs, pois o Mature seguia nos dando mais e mais deliciosos filmes e nos fazendo ama-lo cada vez mais.
De maneira que sempre gostei muito do Mature, mesmo com seus defeitos e fobias, que somente hoje venho a conhecer,fato que este desconhecimento somente bens me trouxe.
Isso em função de não haver choques em minha mente jovem e cada vez mais àvida por filmes do ator, que seguiu sempre o tendo com um dos meus herois preferidos.
Demétrius, Zarak, Sábado Violento, O Egipcio,O Bandido Sanguinário e Sansão e Dalila, foram meus filmes preferidos que fez, por sua virilidade, por sua presença em tela como verdadeiro heroi e como uma pessoa de ar simpático e sem considera-lo a pior coisa que Hollywood já criou.
Sempre olhei para Mature com a mesma naturalidade de outros atores.
Enxergo hoje que, como comentarista de cinema e como um observador mais amíude de detalhes que, a partir do momento em que não lhe fosse exigido interpretações que mexessem muito com sua capacidade natural atuante, o mesmo era um ator sempre muito apreciado e muito bom de ver.
jurandir_lima@bol.com.br
Jurandir, Fiz uma intensa pesquisa sobre sua filmografia, e esta se destaca, só não pus este no apontamento do artigo porque teria que traçar item por item todos os filmes deste tremendo astro Campeão de Bilheteria de todos os tempos. Quando mais jovem, assistindo seus filmes na TV, não me dava conta se ele poderia ser um ótimo ator e nem tinha aguda visão como hoje procuro ter, mas como vc nunca me queixei de qualquer de seus trabalhos, mas na medida que fui crescendo reparei que ele tinha, de fato, suas limitações, e chegava a fazer até mesmo caras e bocas. Contudo, era um must como astro das telas, e seus filmes e seu carisma valeram cada centavo nas bilheterias. Obrigado, amigo.
ExcluirBELA TRIBUTO AO GRANDE VICTOR MATURE, QUE ERA TIDO COMO CANASTRÃO PELOS CRITICOS, MAS QUE FEZ GRANDES FILMES, TAIS COMO: PAIXÃO DOS FORTES, O BEIJO DA MORTE,O MANTO SAGRADO, O FINO DA VOGARICE,E JORNADA INESQUECÍVEL(THE LONG HAUL)1957, UM FILME INGLÊS QUE NUNCA MAIS ASSISTI, MAS QUE TRAGO UMA BOA RECORDAÇÃO...
ResponderExcluirPORTANTO, NOBRE AMIGO, UMA BELA TACADA, À LA VICTOR MATURE.
PARABÉNS!
Nobre Edivaldo, publicar esta matéria na terça feira me deu um problemão devido a minha conexão na internet que ora caia e levantava que pertubava muita a minha concentração, sem contar que a postagem não foi atualizada nos blogs parceiros deste espaço logo de imediato, e quando atualizou foi sem a miniatura com esta bela imagem de Victor Mature de apresentação, e acabei esquecendo de MENCIONAR VOCÊ neste belo projeto.
ExcluirVc me deu informações importantes que ajudaram a elaborar mais esta homenagem. Obrigado mesmo meu querido Major.
Agora veja bem: como pode um ator tido como "canastrão" participar de grandes obras primas do cinema americano, melhor dizendo, internacional? é um disparate chama-lo de canastrão, o que difere de um ator limitado. Isto, em minha opinião.
Este JORNADA INESQUECIVEL nunca assisti, mas se lhe traz boa recordação, é porque o filme é maravilhoso.
Mais uma vez, Major, agradeço pela ajuda e participação. Grande abraço!
NADA A AGRADECER!QUANDO NECESSITAR, SE PUDER AJUDÁ-LO,É SÓ PEDIR!!!!!!!!
ResponderExcluirABRAÇOS!
Nobre Edivaldo, só dizendo: Obrigado, Thanks very Much!!!! sei que conto com vc.
ExcluirLancaster?
ResponderExcluirLer seus comentários me traz sempre sabedorias e mais aprendizados, independente da agradabilidade de seus textos.
Fico sentido quando faz comentários suscintos, como este que fez do Mature, porque nós, cinéfilos e fãs de suas escritas, ficamos como se algo faltasse nos deus ditos.
Porém, desta sua reduzida fala aconteceu uma coisa que me sinto na vontade de vos indagar e o farei sem receios, porque sem com quem estou lidando.
Falaste de uma fita com o Mature que muito apreciaste e que somente o viu uma vez por ele nunca mais voltar a passar, que foi Jornada Inesquecível.
Este titulo, por acaso, já que repetem muito os mesmos titulos em fitas, apesar de nos filmes do nosso tempo isso ser mais raros, não seria um outro titulo?
Veja o amigo o porque de o bahiano aqui estar a tocar neste assunto: o único filme que assisti com o titulo de Jornada Inesquecível foi uma fita, também de 1957, mas de western e com Anthony Quinn e a Rita Milan, cujo diretor me parece, ter sido um Allen Minner.
É sobre um xerife que vai buscar um prisioneiro, acho que no México, e o traz. No entanto, a viagem é tortuosa e cheia de impecilios, onde indios atacam o par e termina Quinn, que era o prisioneiro, salvando a vida do seu algoz e trazendo o homem a salvo para sua cidade.
Não seria isso ou o titulo deste filme que sugiro seja um outro titulo?
Fico na ansiosidade do aguardo da fala do nosso querido e respeitado comentarista e amigo, sobre esta deliciosa sensação de falarmos de cinema, e sempre em estilo acima de cortes.
jurandir_lima@bol.com.br
Grande Jura:
ResponderExcluirVocê tem razão, o título correto é Jornada de Pecado.
Jornada Inesquecível é um western com Anthony Quinn, Rita Milan e William Conrad e foi parcialmente dirigido por Allan H. Milner, que foi despedido pelo Produtor Robert Aldrich que assumiu o corte final...
Jornada Inesquecível foi lançado em DVD com outro título O Retorno Sangrento...Mudando os títulos que foram exibidos no cinema, eles criam mais confusão...
Você fez muito bem em me alertar;obrigado pelo aviso.
Portanto graças a você eu retifiquei o que estava errado e ratifico o que está certo!
Em tempo: o respeito é mutuo!!!!!!!!
Ok, Lancaster, OK;
ResponderExcluirFoi uma duvida que termina por se dissipar de mim também.
Isto porque, conforme falaste, revi esta simpatica fita do Quinn na TV com o titulo que falaste; Retorno Sangrento, uma tática chucra para nos confundir, o que muitas vezes conseguem.
Já Jornada do Pecado eu não conheço, apesar de ter visto quase 30 filmes com o Mature.
Um forte abraço para o amigo e seguimos falando do que amamos, que é cinema.
jurandir_lima@bolo.com.br
Como é bom ler um texto bem articulado a respeito de nossos ídolos do passado, como fizeste com Mature (se fosse canastrão, jamais receberia um convite de Vittorio De Sica ou filmaria com Ford) e o grande Randolph Scott. Como cinéfilo (e em nome destes) e professor de história, agradeço o seu trabalho meticuloso de explanar sobre o cinema antigo e seus heróis, um dos patrimônios da humanidade. Mature foi grande simplesmente pelo fato de que atuou em filmes que gostamos muito e estão eternizados - e isto nos basta!! Sinceramente, acredito que sua atuação como Doc Holliday foi muito boa. É a velha história: todos nós nos divertimos com a atuação do persongem Miranda em Amarcord, mas nunca vem o nome do ator à cabeça sem uma pesquisa na net... No mais, estou torcendo para que discorras em breve sobre alguns que me são caros, como Tyrone Power, Glenn Ford e Charles Laughton (na minha opinião, um monstro sagrado). Apreciei muito os seus textos. Basta ler um texto aqui e - não tem como evitar - corremos para o rack para pegarmos um dvd de um filmaço dos bons tempos. Estou agora com dois de Mature nas mãos... Excelente o seu blog...
ResponderExcluirPrezado Yasser, respondo a vc neste dia, 21 de julho de 2013, agradecendo pela sua participação e cumprimento. Não faz muitos dias, fiz um comentário com um amigo meu sobre o "papel" do canastrão.
ResponderExcluirEu disse a ele que mesmo para ser um canastrão, é preciso ter talento, isto é, se ninguém pode ser um brilhante artista, nem todos possuem características que realcem além do carisma, e isto é uma forma de talento do qual Victor Mature tinha de sobra. Na certa um nome como o de Vic não deixaria passar por desapercebido pelos grandes diretores, como o próprio De Sica. Se vc pegou em sua DVDTECA dois títulos com Mature, significa que vc tem imenso bom gosto.
GLENN FORD estou para breve publicar um artigo sobre sua visita ao Brasil. Nos acompanhe, Professor Yasser, que em breve teremos novidades por aqui. Agradeço profundamente pela sua visita
Abraços do editor e continue conosco!
Caro Paulo, obrigado pela atenção e tenha certeza de que estarei a disseminar o seu blog entre o meu círculo de amigos. A sétima arte, com certeza, forma com a lietratura, as artes plásticas e a grande música o pilar da cultura humana. Só de pensar em nomes como Kurosawa, Ford, Houston, Hitchcock, Bergman, Saura, de Sica e Fellini é emoção suficiente para uma taquicardia - fora as dezenas de diretores maravilhosos que, não tenho dúvida alguma, tornaram a nossa vida melhor. Estes gênios conseguem transformar temas simples, como o amor e a luta contra o orgulho, em cenas magistrais e filmes adoráveis, como o David Lynch em História Real.
ResponderExcluirFico feliz em interagir com pessoas que tem a sensibilidade e a sintonia fina para captar a grandeza de Mature e de Robert Taylor (gostei muito do artigo sobre o seu centenário), pois, juntamente com Tyrone Power e Steve Mcqueen forma muito molestados pelos críticos norte-americanos.
No mais, com certeza estarei a apreciar o artigo sobre Glenn Ford e tantos outros heróis que estarão por aqui. Se fosse citar meus artistas prediletas, preencheria umas dez folhas. Mas citarei Gregory Peck, Bogart, Charles Laughton (um simples olhar que este lançara em Jean Valjean no filme Os Miseráveis já seria suficiente para eu amar as suas atuações), Bette Davis (uma deusa, Jean Simmons, Glenn Ford, John Wayne, Randolph Scott, James Stewart, Montgomery Clift e Marlon Brando. Aliás, não entendi a afirmação do Rubens Ewald Filho, em recente Golden Globe Awards, que considerou o Robert de Niro o melhor artista vivo, sendo que na data em que fora dito os atores Peck e Kirk Douglas ainda estavam entre nós. Não achei justo, pois Peck é uma lenda atemporal.
Para finalizar, agradeço aos deuses de vivermos uma época em que nos é facilitado a formação de uma dvdteca, principalmente pela enxurrada de títulos disponíveis. Ontem assisti Um Ensaio de Orquestra pela 3ª ou 4º vez. Não consigo enjoar. Nesta mesma linha de fidelidade, logo estarei a apreciar Amarcord pela quinta vez, na minha opinião uma grande poesia em que os versos livres se transformaram em cenas monumentais... Um grande abraço.
Olá Yasser
ExcluirAgradeço novamente pelos seus comentários, e vc verá que aqui nossos amigos e seguidores interagem, mesmo que alguns não estejam em concordância com algumas opiniões entre eles, ou mesmo com a edição dos meus textos, todavia a imperatividade no respeito e no coleguismo mútuo.
Um dos nossos seguidores já afirmou que o CINEMA é a maior invenção de todos os tempos. Se ela é a maior invenção, eu não sei, mas estou certo que foi a que mais revolucionou a Humanidade, nos fazendo permitir sentir, sonhar, e refletir. Todos estes cineastas e atores e atrizes que vc mencionou fazem parte de um rol de grandes nomes que deram sua imensa contribuição a Sétima Arte.
Falando em centenários, este ano ainda faremos uma homenagem a Alan Ladd, Burt Lancaster e Vivien Leigh, que fariam seus 100 anos de vida se ainda estivessem entre nós.
Sobre Rubens Ewald, o maior crítico e comentarista de cinema no Brasil e no mundo, ao qual muito sou admirador, podem nem sempre concordar comigo ou com vc, mas a respeito de Robert De Niro (sim, um ótimo ator, sem discussão) também de igual não sou partidário com a opinião do Ewald, tendo em vista que Gregory Peck, James Stewart, John Wayne, e claro, a lenda viva KIRK DOUGLAS, prestes a completar 97 anos em dezembro, este sim, tem uma filmografia importante em seu currículo, e injustamente nunca ganhou um Oscar por suas atuações apesar de ter sido indicado, ganhando apenas mais tarde em 1996 um honorário pelo conjunto de sua obra. Mas cada um com seu pensamento.
NICHOLAS RAY, um dos maiores cineastas que andou pelo mundo, já tinha dito que o CINEMA É A MELODIA DO OLHAR. Sem mais palavras, todos entendemos.
Grande abraço deste editor, Yasser! Seja bem vindo sempre!
Caro novo companheiro, Yasser;
ResponderExcluirAcabo de ler, com a maior satisfação - pois seu texto aponta uma similaridade de apreciações muito minhas - este belo comentário, já que ele se mostra de pura sabedoria a tudo o que eu e os demais assíduos deste blog nos designamos expressar, que é o nosso amor pelo cinema.
Somente o termo que aplicastes, "O Cinema é o Pilar da Cultura Humana", que é uma das mais belas frases que já vi, por si só lhe insere um perfeito cartão de apresentação.
E, ainda que não houvesses proposto outras colocações louváveis à arte 7a. no seu comentário, este amante do cinema aqui lhe estenderia a mão para um aperto sincero, já que noto serdes um apaixonado por tudo o que eu e todos participantes deste blog temos inserido no peito.
Que o novo amigo seja neste espaço mais que bem vindo, assim como aguardamos que siga nos dando pronunciamentos positivos semelhantes aos que acaba de nos presentear.
Peço desculpas ao nosso editor por fazer uso desta liberdade de abertura ao amigo novo, porém torna-se incontrolável conhecer textos como estes e não me imbuir dos sentimentos que me impõem contornos para exprimir tudo o que citei.
Esperando passar a ver comentários como estes nas próximas postagens, endereço forte abraço ao amigo, assim como proponho futuras trocas de informações e opiniões sobre esta amada arte.
jurandir_lima@bol.com.br
Telles,
ResponderExcluirAcabo de conhecer os muito bons comentários de nosso novo amigo Yasser, de lhes apresentar minhas boas vindas e, do mesmo jeito, dar a ti pesados parabéns por seu bem saber receber nossos recentes companheiros.
Pediria não se importar com meu entusiasmo, porem sabes com sobras que amo demais o cinema, e que um bom comentário ou uma boa incursão na área me sensibiliza acima das médias comuns.
Acabo de observar que "saber receber uma nova participação" é uma constante do amigo, já que não consigo esquecer de como fui concebido nesta casa, assim como o sigo sendo, e de como acabas de abraçar ao recem chegado Yasser.
Sobre o que disseste ter sido uma frase do Ray, confesso que jamais a tinha ouvido, e que o dizer " Cinema é a Melodia do Olhar" é, de fato, um parecer muito sublime da arte que vive em nossas almas.
Fico ansioso, como imagino ficarem os demais cinéfilos, no aguardo das postagens dos nossos queridos Ford, Ladd, Lancaster e da linda Vivien, assim como sugiro incluir neste bloco falas sobre os não menos amados diretores Delmer Daves, Henry Hathaway e Raoul Walsh.
jurandir_lima@bol.com.br
grande ator, Victor mature, um verdadeiro interprete das personagens bíblico... nota 10!!!
ResponderExcluirSem dúvida, caro Pedro! Obrigado pelo seu comentário!
Excluirmuito boa matéria sobre Victor Mature parabéns
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